Qual a definição?
Grupo de drogas que age no cérebro e afeta os sentidos, causando alucinações (ver, ouvir, cheirar, sentir ou tocar coisas que não existem).
cogumelos mágicos |
Alguns alucinógenos ocorrem naturalmente em árvores, videiras, folhas e fungos (como os cogumelos). Outros são feitos em laboratórios a partir da mistura de diferentes substâncias químicas (como o LSD). Drogas como a maconha e o ecstasy também podem causar efeitos alucinógenos quando usadas em grandes doses.
Pode-se desenvolver tolerância?
A tolerância aos alucinógenos (precisar de doses cada vez maiores para sentir os efeitos) acontece rapidamente, e a tolerância a um tipo de alucinógeno (como o LSD) pode levar à tolerância a outros tipos (como os cogumelos). Porém, essa tolerância é reversível.
Causa dependência?
Não existe nenhuma evidência científica de dependência por alucinógenos. Isso talvez se deva justamente à alta indução de tolerância e reversibilidade desta. Se alguém começar a usar LSD diariamente, no segundo ou terceiro dia não terá qualquer efeito, mas se der uma semana de intervalo, voltará a sentir os efeitos da substância. Há poucas evidências de que exista dependência, abstinência e overdose por alucinógenos. Não há relatos de mortes causadas diretamente por alucinógenos, embora pessoas já tenham morrido por se envolverem em acidentes quando sob efeito da droga. Os dois principais problemas do uso de alucinógenos são o risco de acidentes (muito alto, pela grande alteração da percepção do tempo e espaço e alteração do julgamento) e indução de surto psicótico (em até 2% dos casos). São bem conhecidos casos de pessoas que "foram e nunca mais voltaram" da viagem de ácido. São pessoas com pré-disposição genética. Porém não temos como saber quem tem esta pré-disposição.
Quais são as alucinações?
Os efeitos dos alucinógenos não são fáceis de prever, pois diferem de acordo com a pessoa e com o momento. Os principais são mudanças na maneira de perceber as coisas por meio dos sentidos e mudanças no encadeamento dos pensamentos, o que pode incluir estranhas sensações, como a de flutuar. Algumas pessoas acham essas sensações prazerosas, enquanto outras sentem os mesmos efeitos de maneira perturbadora e desagradável. Os efeitos começam em cerca de uma hora após tomar a droga, tornam-se mais fortes após três ou quatro horas, durando cerca de 12 horas e incluem: experiências sensoriais intensas (como cores muito brilhantes e sons bastante agudos); mistura de sentidos, como ouvir cores e ver sons; mudança na percepção do tempo (os minutos podem parecer lentos como horas, ou a pessoa pode reviver momentos que ocorreram há tempos); os espaços ficam distorcidos; pensamentos intensos; mudanças emocionais; tremores; cansaço; sentir-se paralisado; pupilas dilatadas; náuseas ou vômitos; pressão sanguínea elevada; respiração rápida e mais profunda do que o normal e problemas de coordenação.
O que são "bad trips"?
Às vezes os efeitos dos alucinógenos são predominantemente negativos, o que é comum no primeiro uso: são as chamadas "bad trips" (viagens más). Os efeitos incluem: ansiedade extrema ou medo; alucinações assustadoras; pânico; medo de perder o controle ou de ficar louco e paranóia.
O que acontece se forem misturados a outras drogas?
É perigoso misturar alucinógenos com drogas como álcool ou anfetamina, pois os efeitos das duas podem aumentar de maneira imprevisível.
O que é LSD?
Também chamado de "ácido", "doce", "AC" e "Antônio Carlos", o LSD é um poderoso alucinógeno, que pode produzir significativas mudanças na percepção, humor e pensamento. Apenas uma pequena quantidade é suficiente para causar alucinações visuais e distorções, experiência conhecida como "trips". A cartela picotada é o formato mais encontrado no Brasil. Outras apresentações possíveis são os comprimidos (micropontos), formas grafitosas e gelatinosas. As sensações desagradáveis incluem medo, ansiedade e depressão e até mesmo os usuários mais experientes podem ter "bad trips".
Quais os riscos de usar LSD durante a gravidez?
Quais são os cogumelos alucinógenos?
Os cogumelos capazes de produzir viagens alucinógenas são de difícil identificação. Há quatro gêneros: Psilocibe, Panaeolus, Copelandia e Amanita. Os dois primeiros gêneros são encontrados no Brasil. Os cogumelos do gênero Amanita, em especial o Amanita muscaria, são os mais conhecidos. Eles possuem um aspecto colorido e psicodélico bastante característico. É o mais relacionado aos cogumelos alucinógenos pelo público em geral. O efeito é semelhante ao LSD, geralmente mais brando e de duração mais curta. Há alterações na percepção, principalmente de caráter visual e auditivo, além de aceleração e desorganização do pensamento. O humor pode variar de situações de grande euforia a quadros de extremo mal-estar, marcados por tristeza e medo. Falhas na avaliação da realidade por vezes podem produzir sintomas paranóicos (idéias de perseguição), usualmente momentâneos e restritos ao período da intoxicação. A ingestão de cogumelos errados pode causar intoxicações graves e até mesmo fatais.
Conseqüências de longo prazo
Cérebro
Flashbacks, períodos em que a pessoa sente os efeitos da droga voltarem. Podem acontecer após dias, semanas ou anos, e incluem alucinações visuais. Podem durar alguns minutos e serem perturbadores. Os flashbacks podem ser desencadeados pelo uso de outras drogas, cansaço ou exercício físico. Em algumas pessoas pode aumentar o risco de problemas mentais
8 alucinógenos que alteram a mente humana
Os seres humanos ingerem substâncias que alteram a mente há muito tempos. Alucinógenos de 2.500 anos foram encontrados em ilhas nas Pequenas Antilhas, e as culturas tradicionais das Américas até a África usam substâncias alucinógenas para fins espirituais. Conheça algumas delas:
1 – LSD
O LSD é comumente conhecido como “ácido”, mas seu nome científico é dietilamida do ácido lisérgico. A droga foi sintetizada pela primeira vez em 1938, a partir de uma substância química chamada ergotamina. A ergotamina, por sua vez, é produzida a partir de um fungo que cresce em grãos de centeio.
O LSD foi originalmente produzido por uma empresa farmacêutica sob o nome Delysid, mas ganhou uma má reputação na década de 1950 quando a CIA decidiu pesquisar seus efeitos no controle da mente. O teste provou que o LSD era muito difícil de controlar, e muitos, como o escritor Ken Kesey, começaram a tomar a droga por diversão na década de 60.
2 – AYAHUASCA
Ayahuasca é uma mistura alucinante de infusões amazônicas centrada em torno da ayahuasca. A bebida tem sido usada por tribos indígenas sul-americanas para rituais espirituais e de cura, e como outros alucinógenos, o ayahuasca provoca muitas vezes experiências emocionais muito intensas (vômito também é comum).
Em 2006, a escritora Kira Salak, da National Geographic, descreveu sua experiência com ayahuasca no Peru para a revista.
“Eu nunca vou esquecer a sensação. A miséria esmagadora. A certeza de interminável sofrimento. Ninguém para lhe ajudar, nenhum lugar para escapar. Aonde quer que eu olhasse, apenas escuridão tão espessa que a ideia de luz parecia inconcebível.
De repente, eu rodei em um túnel de fogo, lamentando figuras me chamando em agonia, me implorando para salvá-las. Outros tentaram aterrorizar-me. ‘Você nunca vai sair daqui’, disseram eles. Nunca. Nunca “.
No entanto, Salak escreveu que quando acabaram as alucinações, sua depressão paralisante foi aliviada. Foram experiências anedóticas como esta que levaram os pesquisadores a investigar o uso de alucinógenos como terapia para os transtornos mentais, como ansiedade, depressão e transtorno pós-traumático.
3 – PEIOTE
Peiote é um cacto que obtém sua energia alucinatória da mescalina. Como alucinógeno, a mescalina se liga aos receptores de serotonina no cérebro, produzindo sensações elevadas e visões caleidoscópicas.
Grupos indígenas no México usavam peiote em cerimônias durante milhares de anos, e a mescalina têm sido muito utilizada por tribos da América do Sul para os seus rituais. Peiote tem sido objeto de batalha em tribunal por causa de seu papel na prática religiosa. Alguns estados americanos permitem a posse de peiote, mas somente se ligada a cerimônias religiosas.
4 – COGUMELO MÁGICO
O ingrediente “mágico” em cogumelos alucinógenos é a psilocibina, um composto que se decompõe em psilocina no corpo. A psilocina se liga a receptores de serotonina em todo o cérebro e pode causar alucinações, assim como sinestesia, ou a mistura de dois sentidos. Sob a influência da substância, por exemplo, uma pessoa pode achar que cheira as cores.
De acordo com a tradição humana de comer qualquer coisa que possa alterar a sua mente, as pessoas têm ingerido cogumelos por milhares de anos. Psilocibina sintética está agora sob estudo como um potencial tratamento para ansiedade, depressão e dependência química.
5 – PÓ DE ANJO OU PCP
Mais conhecido pelo seu nome de rua, “pó de anjo”, o PCP é a fenciclidina. A droga bloqueia alguns receptores no cérebro para o neurotransmissor glutamato. É mais perigosa do que outros alucinógenos, com sintomas similares a esquizofrenia e efeitos colaterais desagradáveis.
Por causa disso, o PCP não tem uso médico. A droga foi testada como anestésico nos anos 1950 e usada rapidamente para anestesiar animais durante cirurgias veterinárias. Mas na década de 1960, o PCP chegou às ruas como droga de recreação, famosa pelos sentimentos de euforia e invencibilidade que concedia ao usuário. Infelizmente, um efeito colateral de toda essa euforia é um comportamento verdadeiramente destrutivo, incluindo usuários que tentam saltar de janelas ou outras formas de automutilação. Para não mencionar que altas doses podem causar convulsões.
6 – IBOGAÍNA
Derivada da planta africana iboga, a ibogaína é outro alucinógeno com uma longa história de uso tribal. Mais recentemente, a droga se mostrou promissora no tratamento de dependências químicas – isso na maior parte do México e da Europa, onde o tratamento com ibogaína não é proibido, pois é nos EUA.
Utilizar a ibogaína como terapia é complicado, no entanto. A droga pode causar problemas de ritmo cardíaco e vômito é um efeito colateral comum. A Associação Multidisciplinar de Pesquisa Psicodélicas (MAPS, na sigla em inglês), com sede em Massachusetts, EUA, relata que cerca de 1 em 300 usuários de ibogaína morrem devido à droga. O grupo está estudando os efeitos a longo prazo da ibogaína em pacientes na Nova Zelândia e no México.
7 - SALVIA DIVINORUM
Salvia divinorum, também conhecida como sábio vidente ou adivinho, cresce nas florestas de Oaxaca, no México. Os povos nativos de lá têm utilizado o chá feito de suas folhas em cerimônias espirituais, mas a planta também pode ser fumada ou mastigada por seus efeitos alucinógenos.
A Salvia não é atualmente uma substância controlada, mas está sob consideração de se tornar ilegal e pode ser colocada na classe de drogas como a maconha.
8 – ECSTASY
Ecstasy é o nome de rua do MDMA, ou 3,4-metilenodioximetanfetamina. A droga age sobre a serotonina no cérebro, causando sentimentos de energia, euforia e distorções de percepção. Também pode aumentar a temperatura do corpo, aumentando assim o risco de insolação.
Estudos em animais sugerem que o MDMA provoca mudanças de longa duração e potencialmente perigosas no cérebro. Ele foi sintetizado pela primeira vez por um químico à procura de substâncias para parar sangramentos em 1912. Ninguém prestou muita atenção em seus outros efeitos, e na década de 1970, o MDMA chegou às ruas.
Ele era popular em raves e boates. Hoje, o ecstasy ainda é uma droga de rua comum, mas os pesquisadores estão investigando se o MDMA pode ser usado para tratar transtorno pós-traumático e ansiedade relacionada ao câncer.[LiveScience]
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