sábado, 4 de setembro de 2010

O papel da mídia na prevenção das drogas

"Na sociedade contemporânea, a mídia constitui um dos fatores fundamentais na
formação do que é comumente conhecido como opinião pública.
(...) quando se aplica a um assunto que apresenta uma fraca tradição de pesquisa no Brasil, como é o
caso da questão das drogas, (...) os conteúdos das reportagens da mídia têm a permissão de
reinar sozinhos (...) o que é visto, lido e ouvido, através da mídia, no que se refere às drogas, tende a
se tornar a única medida padrão de verdade para a grande maioria da população brasileira."

(Beatriz Carlini-Cotrim; José Carlos F. Galduróz; Ana R. Noto, Ilana Pinsky -
"A mídia na fabricação do pânico: um estudo no Brasil")


Como a mídia influencia o consumo de drogas?
Na sociedade contemporânea a mídia constitui um dos fatores fundamentais na formação do que se denomina opinião pública. Atualmente, a maior fonte de informação das pessoas são os meios de comunicação e a maioria delas acredita no que vê, lê ou ouve na televisão, nas revistas e nos jornais.

Os principais meios de comunicação nos dão a impressão de que, em relação ao uso de drogas, vive-se uma epidemia sem controle, caracterizada principalmente pelo consumo de crack, cocaína e maconha. Ao assumir esse tom pessimista e alarmista a respeito das drogas ilícitas, os meios de comunicação muitas vezes deixam de informar que os maiores problemas com drogas em nosso país, ainda são decorrentes do consumo de álcool e tabaco (drogas lícitas). Esta postura alarmista pode gerar uma sensação de descontrole e desespero por parte dos adultos, levando-os a um controle desmedido da vida dos jovens em detrimento de ações muito mais efetivas, como a aproximação e o diálogo. Outra conseqüência desse tipo de abordagem em relação às drogas é que se pode promover uma maior atração pelo consumo de substâncias. Ao explorar em demasia os efeitos das drogas, a mídia pode estar despertando no jovem curiosidade em torno dos efeitos provocados por elas, especialmente entre aqueles que, ao tomar contato com as notícias, julgam que "todo mundo está usando" e que, portanto, "para ser aceito" também deve usar alguma droga. No que concerne a publicidade das drogas lícitas (bebida e medicamento) a situação é ainda mais preocupante, pois a influência da mídia pode favorecer comportamentos de risco não apenas dos jovens, mas de adultos e até de crianças. Recentemente as propagandas de cigarro foram proibidas enquanto que as de álcool, apesar de uma restrição quanto ao horário de veiculação da propaganda, continuam influenciando maciçamente os jovens. A publicidade desses produtos associa beber com diversão, charme, alegria, aventura, sucesso profissional e aceitação social. As tímidas referências aos efeitos negativos do consumo dessas substâncias acabam por perder-se no conjunto da peça publicitária, não constituindo uma verdadeira informação, nem possibilitando uma reflexão a respeito dos supostos efeitos positivos, que são tão alardeados.

É por este motivo que até mesmo pessoas esclarecidas deixam-se influenciar pelo que é divulgado. O público visado nas propagandas de medicamentos geralmente são as famílias. Nestas a mensagem também é perigosa: o uso de medicamento, sem prescrição médica, põe fim ao mal estar e os problemas que a família enfrenta. Ao tomar um remédio ela supostamente se torna uma família feliz. Potencialmente a mídia poderia associar-se a campanhas de esclarecimento sobre os riscos do consumo de álcool e de cigarro mas isto, muitas vezes, entra em conflito com seus interesses econômicos. As campanhas sobre comportamentos saudáveis, com informações necessárias, verdadeiras e bem formuladas são oferecidas, habitualmente, pelas ONGs (organizações não-governamentais) e pelo próprio governo que infelizmente, muitas vezes, não possuem recursos para pagar o alto custo de veicular e disponibilizar mensagens pelos meios de comunicação de massa. Cabe ao governo também, estabelecer regras que limitem o conteúdo e a veiculação das propagandas de drogas lícitas.
Fonte: Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas)/Programa Álcool e Drogas (PAD) do Hospital Israelita Albert Einstein



A Saúde e a Mídia: como elas se relacionam
As chamadas mídia de massa são caracterizadas pelo uso de mecanismos eletrônicos (mídia) para levar uma mensagem a muitos receptores (massa), mas muitas pessoas são indiferentes a essas fontes de mensagens. Para a eficiência do envio de uma mensagem o mais importante é o receptor.

As divergências podem ocorrer também na comunicação cara-a-cara, por exemplo, entre o médico e o paciente. A forma de mídia (de informação ou entretenimento) gera interpretações diferentes.

O estudo de comportamentos sociais a partir da observação permitiu criar dois modelos: um para o comportamento da mídia e outro para a vida real. Esse modelo foi chamado de constelação de influências e faz as interligações entre as partes envolvidas e os ruídos de comunicação que podem ocorrer nesse
caminho.

Dentro dos meios de comunicação, na atualidade, aquele que exerce a maior influência no receptor é a televisão, pois esta presente na maioria dos lares e, quase sempre, tem uma linguagem muito simples. O sucesso de uma campanha depende largamente do amplo contexto cultural que se tem sobre o assunto”.

Pode-se dizer que a comunicação não ocorre sozinha, ou seja, é necessária a interação entre as diversas partes e isso produz os mais diversos comportamentos. Portanto, para o sucesso de uma campanha é importante a harmonia perfeita entre as partes, pois só assim o objetivo de comunicação será atingido.
Outro ponto importante é a imagem que cada meio de comunicação tem perante o receptor: a televisão é vista como uma mídia de entretenimento e os jornais e documentários são vistos como uma mídia informativa.
As instituições também sofrem a influência dos profissionais de saúde que acabam por direcionar o caminho que elas tomarão.

A vida real tornar-se referência para os meios de comunicação: como o efeito das drogas sendo retratados em uma novela. (encipecom.metodista.br)

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