quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quem joga videogame é mais esperto, diz pesquisa

Jogar videogame ajuda a melhorar a capacidade de tomar decisões mais rapidamente. Essa foi a constatação de uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Rochester, no Estados Unidos. Ainda segundo o estudo, os games, especialmente os de ação, são os que mais aguçam a percepção e deixam as pessoas mais sensíveis aos estímulos. Mas é preciso ficar atento: jogar faz bem, mas com limites, para não afetar a vida social nem a saúde.

Durante a pesquisa, foram realizados testes que compararam a agilidade das respostas de 11 pessoas que jogam videogame constantemente com 12 voluntários que não jogam sempre. Os fãs dos games foram mais ágeis, e as decisões tomadas sem muita dificuldade. E outras pessoas que não tinham esse costume, depois de jogarem por 50 horas, durante uma semana, tiveram a habilidade de se tomar decisões aumentadas.

"Jogar videogame não só desenvolve a capacidade de percepção - tanto visual quanto auditiva, devido aos atrativos do jogo -, mas também a habilidade motora da pessoa. Por isso, o jogador acaba estimulando a agilidade que é preciso ter no game e acaba tomando decisões mais rápidas no dia a dia", explica a neurologista Giselle Alves.

habilidades

Dessa forma, quem joga videogame pode se sair melhor dirigindo, por conta dos reflexos rápidos e nos estudos, por ter facilidade de concentração. "O médico que joga videogame, por exemplo, também pode realizar uma cirurgia melhor do que quem não joga, por ele ter adquirido mais habilidade motora", ressalta Giselle.

A memória também é exercitada, principalmente a memória operacional. "O jogador tem que memorizar o que ele tem que fazer e mexer no controle para acionar os comandos que ele quer. É uma série de informações que faz com que a pessoa fique alerta o tempo todo. E é isso que faz com que ela exercite a memória operacional", salienta a neurologista.

Já os olhos são prejudicados

Como tudo que é excessivo, o uso exagerado do videogame também pode ser prejudicial. O ideal é que a pessoa gaste somente uma hora do seu dia jogando, caso contrário, isso pode começar a afetar o convívio social da pessoa e causar problemas de saúde, que inclui o comportamento obsessivo compulsivo.

Isso acontece, porque o jogo é prazeroso e pode se transformar em um vício, alerta a neurologista Giselle Alves. "Muitos jovens e até adultos acabam bitolados no jogo e se esquecem de sair, de conviver com as pessoas, o que afeta a relação social dele com o mundo. Ele também pode se tornar uma pessoa sedentária", acrescenta a neurologista.

Os olhos também podem sair prejudicados, já que quando uma pessoa fica muito concentrada em frente à TV ou ao computador, ela pisca menos, o que causa o ressecamento da superfície ocular. "Piscamos cerca de 18 vezes por minuto e, nesses casos, isso diminui para nove vezes", explica o oftalmologista Paulo Augusto Filho. Ele aconselha aos jogadores a fazerem intervalos durante o jogo e em casos de vermelhidão, procurar um médico para receitar um colírio.

Campeão de game não dispensa vida social

Jogar videogame é uma das paixões do estudante de engenharia da computação Renato Machado, 20 anos. Desde os 10 anos, ele foi apresentado aos games por meio de um amigo que é fã de futebol, só que virtual. "Eu gostei e não parei mais", conta. O gosto pelos jogos eletrônicos é tão grande que Renato conquistou o primeiro lugar da 2ª Etapa da Copa Capixaba de Futebol Virtual, que aconteceu no último final de semana, em Vitória. E a habilidade não foi só comprovada com o resultado do campeonato. "Eu notei que fiquei mais atento em sala de aula e até meus pais dizem que fiquei mais concentrado", fala. Mas ele tem consciência de que para tudo tem a hora certa. "Jogo menos de uma hora por dia e não deixo de ver os amigos ou de sair por causa do jogo", conta.

Álcool pode atrasar puberdade

O consumo precoce de álcool e cigarros pode atrasar o início da puberdade. Isso é o que sugere um estudo da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, que avaliou informações de 3.106 meninas com idades entre 11 e 21 anos. As que experimentaram as substâncias antes da puberdade tiveram um risco quatro vezes maior de apresentar atrasos no desenvolvimento dos seios, entre outros.


A GAZETA - Melina Mantovani

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