segunda-feira, 6 de setembro de 2010

AVC: médicos indicam grupos de risco e maneiras de evitar a doença

Certas atitudes podem evitar o Acidentes Vascular Cerebral (AVC), muito conhecido como derrame. A pedido do Vida Saudável, médicos neurologistas indicam os grupos de risco, maneiras de evitar a doença, reconhecer os sintomas e o que fazer nesse momento. Também comentam os riscos de combinar o hábito de fumar com o uso de pílulas anticoncepcionais.

O que é o AVC?

Segundo o neurologista José Antônio Fiorot Jr, o AVC é uma doença, que mais mata, segundo estatísticas do Sistema único de Saúde (SUS). "Ocorre de duas maneiras: o AVC isquêmico e o hemorrágico. O que é tratado com RTPA, que é uma medicação trombolítica, é o isquêmico, que acontece por entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro. O hemorrágico ocorre quando há uma ruptura desse vaso. Em média, 80 % dos casos são isquêmicos".



"Mulheres que fumam e usam o
anticoncepcional têm até 30 vezes mais chances de sofre um fenômeno
trombo-embólico do que mulheres que não fumam e não usam
anticoncepcional", diz Fiorot
O que fazer?

Levar imediatamente a pessoa com sintomas para o pronto-socorro. De preferência, com serviço de neurologia. Se ela for levada rapidamente existe a possibilidade de fazer o tratamento com o medicamento RTPA.

Pílula anticoncepcional e AVC

De acordo com o neurologista Antônio Fiorot Jr., há relação entre o uso da pílula e os casos de AVC. "Existe referência na literatura que usuárias crônicas de anticoncepcional têm maior pré-disposição a sofrer qualquer fenômeno trombo-embólico - quando o sangue coagula, endurece, forma um trombo que migra e pode parar em uma determinada parte do corpo, que pode ser no cérebro".

Esse fato aumenta o risco de trombose na perna, infarto e de sofrer um AVC isquêmico. Mas esse risco não é muito grande. "Fica muito maior quando há associação com o cigarro. Mulheres que fumam e usam o
anticoncepcional têm até 30 vezes mais chances de sofrer um fenômeno trombo-embólico do que mulheres que não fumam e não usam anticoncepcional", alerta.

Álcool
Existem estudos que indicam que o consumo leve de álcool pode ter algum tipo de efeito protetor contra o AVC, geralmente se fala em uma taça de vinho tinto por dia. Mas os médicos alertam: as pessoas não podem confundir o consumo de álcool com efeito protetor. "Não é para ninguém tomar cinco latinhas ou uísque todos os dias. Vai acabar aumentando o risco porque o álcool aumenta a pressão arterial, que é o principal fator de risco para AVC", diz o neurologista José Antônio Fiorot Jr.

Grupos de risco

- Pacientes acima de 60 anos - aumenta a prevalência

- Hipertensos

foto: Divulgação
A hipertensão é um dos fatores de risco
- Diabéticos

- Pessoas que fumam

- Pessoas com colesterol alto

Mudanças de hábitos
- Primeira atitude: interromper o tabagismo - cigarro com extra filtro não adianta

- Diminuir a quantidade de sal na comida

- Evitar uma alimentação com excesso de gordura, assim evita o colesterol que entope os vasos e, por sua vez, levam sangue ao cérebro

- Ter controle frequente da glicemia. Diabetes é uma doença silenciosa

- Evitar consumo excessivo de álcool

- Medir a pressão arterial. Pode ser duas vezes ao ano quando for ao médico

- Fazer atividade física regular

Sintomas

- O principal sintoma é uma fraqueza em um lado do corpo. Não é comum paralisar dois lados do corpo. A boca entorta

- O paciente tem dificuldade de falar

- Um lado do corpo fica todo dormente

- Perda de visão súbita, escurecimento da visão de um lado. Não é dificuldade de leitura

- Outro sintoma um pouco mais raro é a visão dupla, dificuldade para engolir e tontura

- Tem AVC que o paciente fica sonolento ou agressivo. Tudo depende da área atingida pelo cérebro

Como identificar

Pedir para a pessoa falar, levantar os braços e as pernas e sorrir são algumas maneiras de perceber os sintomas do AVC, de acordo com a neurologista Soo Yang. Caso haja dificuldade ao realizar essas atividades e a pessoa sentir os membros pesados, procure um médico.

Fonte: A Gazeta

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