terça-feira, 12 de abril de 2011

Em vídeo, atirador diz que lutava contra covardes e bullying‎

Em dois vídeos gravados antes de matar 12 crianças em uma escola no Rio de Janeiro, Wellington Menezes de Oliveira disse que lutava contra "covardes", além do bullying. Segundo reportagem do Jornal Nacional, que teve acesso a dois arquivos de vídeo (supostamente gravados pelo próprio jovem) nos quais ele aparece sem barba, na frente do que parece ser um muro, dois dias antes do atentado, afirmou: "a luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem".



O jovem deu ainda detalhes do planejamento da ação e disse por que tirou a barba de forma premeditada. "Os irmãos observaram que eu raspei a barba. Foi necessário, porque eu já estava planejando ir ao local para estudar, ver uma forma de infiltração. Eu já tinha ido antes, há muitos meses. Eu fui. Eu ainda não usava barba. Eu fui para dar uma analisada". Ele também disse ter ido à escola dias antes do massacre. "Eu fui ontem, segunda. Hoje é terça-feira, dia 5. E essa foi uma tática para não despertar atenção. Apesar de eu ser sozinho, não ter uma família praticamente... eu vivo sozinho".




Laudo do IML confirma que atirador de Realengo se suicidou, diz polícia
Informação foi divulgada nesta terça-feira (12) pela Polícia Civil.
Rapaz de 23 anos matou 12 crianças na Escola Tasso da Silveira.
Laudo do IML aponta que o 
atirador Wellington se matou 
(Foto: Reprodução/TV Globo)

A assessoria da Polícia Civil informou, na tarde desta terça-feira (12), que o laudo cadavérico feito por peritos do Instituto Médico Legal (IML) no corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira, que matou 12 crianças na Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, apontou como suicídio a causa da morte.

O laudo, feito por peritos que estudaram a trajetória do disparo, afirma que a arma estava encostada na cabeça ("tiro encostado"), o que comprova que foi ele mesmo quem atirou e não foi baleado à queima-roupa. Mas o confronto balístico ainda será finalizado, informou a polícia.

Ainda de acordo com a polícia, o laudo informa que o atirador "teve ferimentos penetrantes e transfixantes de crânio (têmpora direita) e abdômen com lesão de encéfalo, fígado e rim direito, com ação de perfuração contudente por arma de fogo".

Para poupar os familiares das crianças, os laudos cadavéricos das crianças não serão divulgados, por determinação da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha.

Vítima dorme com os pais
Na primeira noite em casa após ter alta do Hospital Estadual Albert Schweitzert, o menino Carlos Matheus, de 13 anos, foi paparicado e dormiu junto com seus pais. Ele foi uma das vítimas do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.

"Dormiu todo mundo junto no quarto. Eles dormiam em cama separadas, mas a gente fez questão de dormir junto", diz a mãe, Carla Daniele Vilhena de Souza, que lembrou: "agora ele tem dois aniversários, 18 de dezembro e 7 de abril".

Jovem se recupera de ferimentos no braço e no
peito (Foto: Patrícia Kappen/G1)
Terça-feira de visitas
Na manhã desta terça-feira (12) os amigos de Carlos foram visitá-lo em sua casa. Ele era amigo de dez das doze vítimas do atirador Wellington Menezes de Oliveira. Duas das vítimas que permanecem internadas são amigos que estavam do seu lado na hora em que foi atingido.


Menino tem medo de voltar para escola
Carlos Matheus estudava há três anos no mesmo colégio, que fica a duas quadras de onde mora. Agora, está com medo de voltar para a escola e seus pais não sabem como resolver o problema.

“A gente conversou com as autoridades, e eles falaram: ‘a gente transfere ele para outra escola da região’. Mas aqui não tem nenhuma escola que preste”, disse Carla de Souza.

'Foi aterrorizante', diz mãe
A mãe contou ficou sabendo pelo sogro que o filho tinha sido atingido. “Quando cheguei na escola ele já tinha ido para o hospital. Fui a primeira mãe a chegar lá. Foi aterrorizante. Mas graças a Deus a gente já está em casa".

Enquanto estava no hospital, Carlos Matheus lembra de se preocupar com as outras vítimas da tragédia. “Só queria melhorar e falar com meu amigo Diego”, disse, explicando que um colega também está internado no hospital. “Eles não me deixaram ver ele, mas ele está melhorando, está bem melhor do que estava. Espero que isso não aconteça nunca mais”, resumiu.

G1

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