Polícia abre tumba no Vaticano e confirma corpo de mafioso
Enrico De Pedis, morto em 1990, está ligado a sumiço de jovem há 30 anos
Emanuela Orlandi, que desapareceu aos 15 anos, em 1982 Reprodução |
ROMA A polícia de Roma abriu, nesta segunda-feira, uma tumba na Basílica de São Apolinário, onde estão enterrados vários cardeais e altos cargos do Vaticano, e confirmou a existência de dezenas de ossadas e do corpo intacto do mafioso Enrico De Pedis, um dos chefes da organização Magliana, que agia em Roma. De Pedis, que morreu em 1990, é suspeito do desaparecimento da jovem Emanuela Orlandi, há quase 30 anos, filha de um empregado do Vaticano, que vivia no pequeno estado papal. A suspeita foi confirmada após análises de DNA, informou o jornal La Reppublica.
A caixa contendo os restos mortais do gângster estava perto do caixão de De Pedis, e não dentro da tumba. Também foram encontrados objetos e imagens que ainda serão analisados pelas autoridades. O caixão de De Pedis será levado para o cemitério romano Prima Porta depois de concluídos os exames.
A decisão do Ministério Público de reabrir o túmulo veio depois de um telefonema anônimo a um programa de TV, em 2005, que denunciava o enterro do mafioso na basília romana. Pouco depois, a ex-namorada do mafioso, Sabrina Minardi, revelou que teria sido ele quem sequestrara Emanuela. A jovem tinha 15 anos quando desapareceu depois de sair do apartamento da família dentro do Vaticano para ir a uma aula de música.
Uma fonte da Santa Sé contou à Ansa que apesar da relutância inicial, o então vigário-geral de Roma, o cardeal Ugo Poletti, face a um montante tão conspícuo, deu sua benção para o controverso sepultamento de Enrico De Pedis, chefe do grupo mafioso. O dinheiro teria sido usado em missões e na restauração da Basílica de São Apolinário, onde De Pedis foi colocado, ao lado de papas e cardeais, após seu assassinato em 1990.
O Globo
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