Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que a galáxia onde fica a Terra, a Via Láctea, abriga dezenas de bilhões de planetas rochosos que giram em torno de anãs vermelhas – estrelas cuja massa é menor que a do Sol.
O estudo, realizado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) e divulgado ontem, contou com dados obtidos pelo espectrógrafo Harps, o ‘caçador de planetas’ instalado em um telescópio de 3,6 metros do observatório La Silla, no Chile.
Os astrônomos estudaram a presença de diferentes planetas em torno de anãs-vermelhas e conseguiram determinar que a frequência de Superterras na zona de habitabilidade é de 41% em uma categoria que vai de 28% a 95%.
Por outro lado, os planetas gigantes – similares em massa a Júpiter e Saturno no nosso Sistema Solar - não são tão comuns ao redor de anãs-vermelhas, com uma presença inferior a 12%.
Água
Segundo Stéphane Udry, do Observatório de Genebra, a zona de habitabilidade em torno de uma anã-vermelha, onde a temperatura é apta para a existência de água líquida na superfície, está mais perto da estrela do que no caso da Terra em relação ao Sol.
“Mas as anãs-vermelhas são conhecidas por estarem submissas a erupções estelares ou labaredas, o que inundaria o planeta de raios X ou radiação ultravioleta: isso tornaria mais difícil a existência de vida”, acrescentou.
Por sua vez, Xavier Delfosse, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, indicou que agora que se conhece a existência de muitas Superterras próximas, “espera-se que algum desses planetas passe em frente à sua estrela anfitriã durante sua órbita em torno desta”. Segundo ele, isso abrirá a excitante possibilidade de estudar a atmosfera destes planetas e buscar sinais de vida.
Um dos planetas descobertos pelo espectrógrafo Harps é Gliese 667 Cc, o mais parecido com nosso planeta, e que com quase certeza reúne as condições adequadas para a presença de água líquida em sua superfície, segundo o ESO. (G1)
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