Por volta das 7 horas, Luiz Henrique Paris, proprietário e morador da Fazenda Santa Isabel, localizada na Região do Espraiado, conta que foi até o barracão onde ficam as cabras e se deparou com todos os animais mortos. As cinco cabras e um bode tinham apenas um furo no pescoço e não havia marcas de sangramento em nenhuma delas. Aparentemente, o ferimento foi feito por um objeto perfurante com calibre pouco mais grosso que um tudo de caneta. Uma das cabras estava com o abdômen aberto e teve todos os órgãos internos retirados. Nela também não havia sinais de sangue. Outro fato que chamou a atenção foi o estado de decomposição dos animais.
As suspeitas do proprietário são de que as cabras tenham morrido na madrugada, e logo pela manhã elas já estavam inchadas e soltando um líquido amarelo pelos orifícios do corpo. "Por volta das 19 horas da noite anterior, fui apartar as cabras para fechá-las no barracão. Até então, não havia nada de anormal. De manhã, quando meu filho voltou no local, elas já estavam mortas em um estado de decomposição bastante avançado. Achei o fato estranho", comenta o proprietário do sítio.
Para o sitiante Henrique, a morte dos animais ainda é um mistério. O barracão onde as cabras ficavam é cercado. Além disso, não havia sinais de arrombamento e ausência de pegadas de animais ou humanos.
O médico veterinário Hilton Furtado compareceu na propriedade para analisar os animais e disse que provavelmente o rebanho foi atacado por uma onça, ou animal da mesma espécie, que geralmente ataca as presas pelo pescoço. Ele explicou que o predador poderia ter uma das presas quebrada ou ter ficado com um dos dentes no ar ao morder as cabras, provocando apenas uma perfuração. Ainda de acordo com o veterinário, as onças sempre começam a devorar a presa pelo abdômen, onde se localizam os órgãos moles.
"Pela cena encontrada, o rebanho foi vítima do ataque de uma onça ou animal de mesmo porte. Depois de matar todos os animais, o predador provavelmente se alimentou de uma das cabras e foi embora saciado. Quanto ao inchaço da área abdominal das cabras, pode ser o que conhecemos por timpanismo, que é a fermentação do alimento que está no estomago dos animais ruminantes”, justificou Hilton.
Quanto a ausência de marcas de sangue, o médico veterinário explica que as baixas temperaturas daquela região rural podem acelerar a coagulação do sangue. Ele acrescentou ainda que animem de porte das onças podem facilmente pular cercas como as do barracão onde ficava o rebanho. "Já atendi animais nesta mesma região rural, que foram atacados por onças. Elas são capazes de andar muitos quilômetros por dia e normalmente são espécies que vivem na região da Serra da Canastra e, vez ou outra, aparecem na redondeza", concluiu o veterinário.
A morte dos animais causou um prejuízo estimado de R$ 3 mil ao proprietário. Ele registrou boletim de ocorrências junto a Policia Militar.
Fonte/Crédito: Jornalista ANGÉLICA DIZARO - Folha da Manhã, Passos, MG - 12 de julho de 2.011.
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