quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Saiba quais são as expressões perigosas, inadequações e os erros mais comuns numa entrevista de emprego

Saiba quais são as expressões perigosas, inadequações e os erros mais comuns numa entrevista de emprego


RIO - A capacidade oral de uma pessoa certamente diz muito sobre ela. Em poucos minutos de fala, já se tem indicativos sobre seu nível de escolaridade, sua cultura geral, personalidade e inteligência. Diante de um mercado competitivo, então, as palavras ganham um peso ainda maior na decisão de recrutadores por um candidato ou outro. Mas, afinal, quais são os erros imperdoáveis na forma de se expressar, durante uma entrevista de emprego? Uma gafe comum e bastante malvista, segundo consultores de recursos humanos, é empregar mal os verbos "haver", no sentido de existir, e "fazer", quando se trata de tempo passado.

- Um "houveram muitas vezes" ou "fazem cinco anos" soa mal e pode eliminar um candidato na hora - diz Marcelo Marques, diretor de recursos humanos do Concurso Virtual.

Segundo Raquel Bahiense, professora de português e consultora de empresas, entre as inadequações mais recorrentes, que as pessoas costumam falar sem perceber, está o emprego de gírias, bordões de novelas e a repetição de slogans da moda.

- Geralmente as pessoas fazem isso achando a maior graça, mas é muito lugar comum. Tão ruim quanto dizer "com certeza" para responder a perguntas numa entrevista - afirma Rachel, que lançará, no fim deste ano, o livro "Falar bem", com o jornalista Alexandre Medeiros, pela editora Senac.

O gerundismo ("vou estar mandando", "vamos estar transmitindo", por exemplo) também figura na lista de erros imperdoáveis de Rachel, bem como utilizar a expressão "a nível de". Confusões no uso de algumas expressões semelhantes, mas com significados completamente diferentes, também podem tirar candidatos do páreo. Alguns exemplos são "onde" e "aonde"; "a princípio" (inicialmente) e "em princípio" (em tese); "ratificar" (reforçar) e "retificar" (corrigir); "em vez de" (no lugar de) e "ao invés de" (ao contrário de) e ir "ao encontro de" (na direção de, a favor de) ou "de encontro a" (contra).

De qualquer forma, especialistas ressaltam que, em qualquer entrevista, deve-se responder às perguntas de forma objetiva e sucinta, para evitar erros: prolongar-se só aumenta as chances de gafes. Outra recomendação é evitar falar rápido ou se antecipar às questões dos recrutadores.

Por outro lado, ser muito formal ou utilizar vocabulário rebuscado, para causar boa impressão e demonstrar erudição, geralmente é um tiro no pé.

- O ponto nevrálgico numa entrevista é falar de maneira correta, mas sem ser artificial - explica Raquel. - É falando que se seduz (ou não) o empregador.

Para a consultora, é importante procurar pronunciar os verbos inteiros (evitar, por exemplo, "tá", no lugar de "está", e "cê", em vez de "você"). Porém, apenas se isso não soar artificial. Essas abreviações, diz Rachel, acabaram sendo ainda mais difundidas devido ao uso das redes sociais da internet.

De acordo com Julianne Freire, gerente de RH da BgmRodotec, empresa da área de TI, utilizar bem o português é crucial numa entrevista, embora a quantidade de candidatos despreparados ainda seja grande. A principal razão do fraco desempenho, acredita, é a formação em universidades ruins e a falta de interesse pela leitura, de forma geral.

- Vejo profissionais experientes reproduzindo vícios de linguagem, gírias e cometendo erros de concordância - conta Julianne. - Canso de ouvir candidatos que comentam que "se amarram" nesta área de atuação ou que gostavam "pra caramba" de desempenhar determinada função. Isso é descabido numa entrevista de emprego.

Isabel Kopschitz
oglobo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário