Em apenas oito meses, o número de denúncias contra enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem registrado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren/ES) quase se igualou ao total registrado em todo o ano passado. Enquanto em 2010 foram 26 casos, nos oito primeiros meses deste ano foram 22.
Em relação ao número de processos abertos, o crescimento foi ainda mais considerável. Em 2010, houve apenas um registrado. Já neste ano foram sete, até o final de agosto.
O presidente do Coren/ES, Wilton José Patrício, considera que a má qualidade de grande parte dos cursos técnicos é um dos principais motivos para os erros.
Para tentar amenizar o problema, a entidade tem realizado fiscalizações periódicas. Neste ano já foram 277 (em 2010 foram 410). Elas constataram, principalmente, o número deficiente de profissionais, casos de enfermeiros técnicos e auxiliares sem treinamento adequado e a falta de normas específicas para a rotina da profissão.
Denúncias de irregularidades podem ser enviadas pelo site http://www.corenes.com.br/.
Novos cursos só com autorizaçãoA preocupação do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren/ES) com a má qualidade dos cursos técnicos oferecidos no Estado fez com que o órgão assinasse um convênio, junto à Secretaria Estadual de Educação (Sedu), para que pudesse avalizar a criação de novos cursos.
"Até então, a formação era criada apenas com o consentimento da Sedu. Como o órgão não tem técnicos voltados para essa área, sempre foi difícil evitar a baixa qualidade. É isso o que queremos combater", aponta o presidente do Coren/ES, Wilton José Patrício.
A medida entrou em vigor assim que o convênio foi assinado. A Sedu, a partir de agora, vai encaminhar os pedidos aos técnicos do Conselho que, após avaliação, vão emitir um parecer. "Caberá a Sedu aceitá-lo ou não. Se constatarmos a falta de estrutura, vamos apontar", diz Patrício.
CRM visita enfermaria do Hospital das ClínicasO Conselho Regional de Medicina (CRM) realiza, hoje, uma visita à Enfermaria 8 do Hospital das Clínicas (Hucam), em Vitória. O objetivo é constatar se as exigências feitas pelo órgão foram cumpridas pela direção da unidade. Segundo o presidente do CRM, Aloisio Faria, o Hucam encaminhou ao CRM, na sexta-feira, um pedido de suspensão da interdição na Enfermaria 8. O Conselho havia pedido suspensão devido à falta de médico naquela enfermaria e às condições precárias de trabalho.
Má qualidade nos cursos de formação, baixo número de profissionais nos hospitais, falta de estrutura e salários ruins. A soma desses fatores tem sido responsável por um resultado perigoso e que pode colocar em risco a vida dos pacientes: o aumento do número de processos movidos contra enfermeiros, no Espírito Santo.
A Frederico Goulart
A Gazeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário