A professora Kátia Lenerneier, em foto feita antes da decisão da Justiça
Professora Kátia Adriana Lenerneier, 39 anos, deu à luz uma menina. Ela teve de recorrer a Justiça para poder fazer a inseminação
O bebê concebido a partir de inseminação artificial feita após a morte do pai nasceu na segunda-feira (20), em Curitiba, na Maternidade Nossa Senhora das Graças. A professora Kátia Adriana Lenerneier, 39 anos, deu à luz uma menina.
O marido, Roberto Jefferson, descobriu que estava com câncer enquanto o casal tentava engravidar. Como ele teria de fazer tratamento com radio e quimioterápicos - que tem o risco de 30% a 80% de deixar o paciente estéril - o casal decidiu preservar o sêmen dele.
O marido morreu em fevereiro de 2009, mas não deixou a autorização para a inseminação depois de sua morte. A professora entrou na Justiça para conseguir realizar o procedimento e conseguiu liminar da 13ª. Vara Cível, em Curitiba.
Segundo o secretário geral do Conselho Regional de Medicina, Hélcio Bertolozzi Soares, não há mais impasses nesse caso e o médico Lidio Jair Ribas Centa, que acompanhou a paciente, não sofrerá qualquer represália. A Justiça acatou o pedidodo Conselho depois que a própria família do pai reconheceu que ele consentia com a fertilização.
A professora admitiu que não esperava que o caso seria tão polêmico. "Valeu cada minuto. Passei por várias emoções, mas sempre com muito apoio", diz. Para Kátia, a filha é "um novo recomeço".
A primeira tentativa para engravidar se deu, sem sucesso, pela técnica de inseminação artificial. O resultado não foi positivo em razão do baixo número de espermatozóides do marido. Depois, Kátia foi submetida a uma fertilização in vitro. Na segunda tentativa realizada por essa técnica, o resultado deu positivo.
A criança recebeu o nome de Luiza Roberta. Ela nasceu com 45 centímetros e 2,790 gramas. Luiza Roberta deve receber alta nesta quarta-feira (22).
O sêmen de Roberto Jefferson continua estocando e poderá ser utilizado por Kátia para futuras gerações. Agora com a primeira filha, Kátia disse que ainda vai pensar na possibilidade de, futuramente, passar pelo mesmo processo de novo.
Fernanda Leitóles e Vitor Geron, com informações de Rafael Waltrick
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