Segundo a polícia, usando charme e sobrenome importante, os rapazes conseguiam informações privilegiadas para praticar arrastões em residências.
Jovens de classe média se uniram pra formar uma quadrilha de ladrões, no interior de São Paulo. Segundo a polícia, usando charme e sobrenome importante, os rapazes conseguiam informações privilegiadas para praticar arrastões em residências.
“O Leonardo é considerado o chefe da quadrilha. Tudo pra ele é uma aventura. Parece até que ele está participando de um grande filme”, diz o delegado Márcio Garcia Murari.
Jovem de classe média, Leonardo Engler, 19 anos, usa roupas caras. O cabelo lembra o do cantor e ídolo adolescente Justin Bieber. O pai é representante comercial e a mãe, professora.
“Se esse rapaz batesse na porta de casa e falasse que era um namorado da minha filha, eu ia receber super bem, um sobrenome legal, iria até me dar orgulho”, conta uma das vítimas.
Nas imagens, Leonardo compra gaiolas de pássaros numa loja de Ribeirão Preto, interior paulista. Paga com um cartão de crédito roubado. Estão com ele o irmão Tiago, 24 anos, e os amigos: Guilherme Alves, de 21; e João Paulo Limírio, de 26. Rafael Rossin, 20 anos, não aparece nas imagens. Mas, de acordo com as investigações, também faz parte da quadrilha.
A maioria mora em casas confortáveis em Franca, conhecida como a capital nacional do calçado. E, segundo a polícia, nenhum trabalha ou estuda.
“São todos de classe média, classe média alta. Jovens que frequentam a considerada alta sociedade da cidade. Têm uma estrutura familiar que realmente não caberia que os mesmos acabassem entrando para essa modalidade criminosa”, aponta o delegado.
De acordo com os policiais, baladas e namoros serviam para a quadrilha escolher as vítimas.
“Se aproveitavam dessa amizade que tinham com filhos de pessoas de bom poder aquisitivo da cidade. Chegavam a frequentar residências onde aconteciam algumas festas e acabavam colhendo informações do que havia na casa e de quando, principalmente, os familiares iriam viajar”, explica o delegado.
As investigações apontam que, em cerca de seis meses, a quadrilha invadiu pelo menos 11 casas e roubou o equivalente a mais de R$ 1 milhão. O Fantástico encontrou duas vítimas dos ladrões.
“Tive um prejuízo de uns R$ 70 mil”, conta uma senhora que não quis se identificar.
Ela tem três filhos adolescentes.
“Fiz o aniversário dos meus filhos e uma festinha de despedida do meu filho”, diz.
Um representante comercial teve um prejuízo de R$ 15 mil. Ele também tinha feito uma festa recentemente.
“Há um mês, foi aniversário da minha filha de 16 anos na minha casa e vieram uns coleguinhas dela, de escola”, conta a vítima.
Ele diz que os ladrões não estavam entre os convidados.
“Minha filha não conhecia nenhum deles. Como são sobrenomes de peso, sabia quem era, mas nunca teve contato”, disse.
“Os ladrões sabiam que a família toda tinha viajado pelo Orkut. Amigo do amigo, que comenta alguma coisa”, afirma uma mãe que não quis se identificar.
Intriga a polícia o fato de a maioria das casas assaltadas ter câmeras e alarmes.
“A informação de que a família não estava era colhida com filhos de vítimas. Agora, sobre o funcionamento de todo sistema de monitoramento, certamente havia alguém que lhes passava”, acredita o delegado.
Fomos ao prédio onde os jovens ladrões se escondiam.
A quadrilha invadiu o apartamento, número 32, que acabou virando uma espécie de QG do crime. Tudo o que os ladrões roubavam levavam para lá. A polícia encontrou também cocaína e maconha. A droga seria vendida para estudantes de uma universidade que fica bem perto dali.
Numa das grades do prédio, encontramos esta frase, escrita provavelmente com uma faca e que resume tudo: "É o crime. Vida boa pra nós".
“O Leonardo mantinha no interior do apartamento um caderno com várias anotações do que eles tinham a pagar, do que eles tinham a receber”, diz o delegado.
Estão na cadeia Rafael, João Paulo e Leonardo. Guilherme foi preso neste sábado (22). Tiago ainda está foragido. Por telefone, o Fantástico tentou ouvir o pai de Leonardo e de Tiago.
Pai: Nós não estamos falando não.
Repórter: Mas o senhor acha que os filhos do senhor estão envolvidos nesse caso?
Pai: Não.
Repórter: Não estão?
Pai: Não.
Procuramos os parentes dos outros acusados. A maioria não estava em casa. Já o pai de Rafael acredita na inocência do filho.
Pai de Rafael: Ele estava em casa no dia dos roubos. Tem testemunha.
Repórter: O senhor não quer falar nada a respeito?
Pai de Rafael: Não. Agora, não. No momento, não.
Os jovens devem ser indiciados por furto qualificado, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Outros suspeitos estão sendo investigados.
“O Leonardo foi categórico em afirmar para um dos investigadores que realmente a casa dele tinha caído. Mas ele disse pra mim: em breve, eu estarei na rua e certamente vou recuperar o tempo perdido”, conclui o delegado Márcio Murari.
Esta semana, a Justiça negou o pedido de relaxamento da prisão de Leonardo Engler. O jovem pode ser condenado a mais de 20 anos de cadeia. Fonte: Fantástico
“O Leonardo é considerado o chefe da quadrilha. Tudo pra ele é uma aventura. Parece até que ele está participando de um grande filme”, diz o delegado Márcio Garcia Murari.
Jovem de classe média, Leonardo Engler, 19 anos, usa roupas caras. O cabelo lembra o do cantor e ídolo adolescente Justin Bieber. O pai é representante comercial e a mãe, professora.
“Se esse rapaz batesse na porta de casa e falasse que era um namorado da minha filha, eu ia receber super bem, um sobrenome legal, iria até me dar orgulho”, conta uma das vítimas.
Da esquerda para direita, Rafael Rossin, Leonardo Pugliesi e João Paulo Limírio |
Nas imagens, Leonardo compra gaiolas de pássaros numa loja de Ribeirão Preto, interior paulista. Paga com um cartão de crédito roubado. Estão com ele o irmão Tiago, 24 anos, e os amigos: Guilherme Alves, de 21; e João Paulo Limírio, de 26. Rafael Rossin, 20 anos, não aparece nas imagens. Mas, de acordo com as investigações, também faz parte da quadrilha.
A maioria mora em casas confortáveis em Franca, conhecida como a capital nacional do calçado. E, segundo a polícia, nenhum trabalha ou estuda.
“São todos de classe média, classe média alta. Jovens que frequentam a considerada alta sociedade da cidade. Têm uma estrutura familiar que realmente não caberia que os mesmos acabassem entrando para essa modalidade criminosa”, aponta o delegado.
De acordo com os policiais, baladas e namoros serviam para a quadrilha escolher as vítimas.
“Se aproveitavam dessa amizade que tinham com filhos de pessoas de bom poder aquisitivo da cidade. Chegavam a frequentar residências onde aconteciam algumas festas e acabavam colhendo informações do que havia na casa e de quando, principalmente, os familiares iriam viajar”, explica o delegado.
As investigações apontam que, em cerca de seis meses, a quadrilha invadiu pelo menos 11 casas e roubou o equivalente a mais de R$ 1 milhão. O Fantástico encontrou duas vítimas dos ladrões.
“Tive um prejuízo de uns R$ 70 mil”, conta uma senhora que não quis se identificar.
Ela tem três filhos adolescentes.
“Fiz o aniversário dos meus filhos e uma festinha de despedida do meu filho”, diz.
Um representante comercial teve um prejuízo de R$ 15 mil. Ele também tinha feito uma festa recentemente.
“Há um mês, foi aniversário da minha filha de 16 anos na minha casa e vieram uns coleguinhas dela, de escola”, conta a vítima.
Ele diz que os ladrões não estavam entre os convidados.
“Minha filha não conhecia nenhum deles. Como são sobrenomes de peso, sabia quem era, mas nunca teve contato”, disse.
“Os ladrões sabiam que a família toda tinha viajado pelo Orkut. Amigo do amigo, que comenta alguma coisa”, afirma uma mãe que não quis se identificar.
Intriga a polícia o fato de a maioria das casas assaltadas ter câmeras e alarmes.
“A informação de que a família não estava era colhida com filhos de vítimas. Agora, sobre o funcionamento de todo sistema de monitoramento, certamente havia alguém que lhes passava”, acredita o delegado.
Fomos ao prédio onde os jovens ladrões se escondiam.
A quadrilha invadiu o apartamento, número 32, que acabou virando uma espécie de QG do crime. Tudo o que os ladrões roubavam levavam para lá. A polícia encontrou também cocaína e maconha. A droga seria vendida para estudantes de uma universidade que fica bem perto dali.
Numa das grades do prédio, encontramos esta frase, escrita provavelmente com uma faca e que resume tudo: "É o crime. Vida boa pra nós".
“O Leonardo mantinha no interior do apartamento um caderno com várias anotações do que eles tinham a pagar, do que eles tinham a receber”, diz o delegado.
Estão na cadeia Rafael, João Paulo e Leonardo. Guilherme foi preso neste sábado (22). Tiago ainda está foragido. Por telefone, o Fantástico tentou ouvir o pai de Leonardo e de Tiago.
Pai: Nós não estamos falando não.
Repórter: Mas o senhor acha que os filhos do senhor estão envolvidos nesse caso?
Pai: Não.
Repórter: Não estão?
Pai: Não.
Procuramos os parentes dos outros acusados. A maioria não estava em casa. Já o pai de Rafael acredita na inocência do filho.
Pai de Rafael: Ele estava em casa no dia dos roubos. Tem testemunha.
Repórter: O senhor não quer falar nada a respeito?
Pai de Rafael: Não. Agora, não. No momento, não.
Os jovens devem ser indiciados por furto qualificado, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Outros suspeitos estão sendo investigados.
“O Leonardo foi categórico em afirmar para um dos investigadores que realmente a casa dele tinha caído. Mas ele disse pra mim: em breve, eu estarei na rua e certamente vou recuperar o tempo perdido”, conclui o delegado Márcio Murari.
Esta semana, a Justiça negou o pedido de relaxamento da prisão de Leonardo Engler. O jovem pode ser condenado a mais de 20 anos de cadeia. Fonte: Fantástico
Advogada pede habeas corpus para suspeito de furtos em Franca
A advogada de defesa de Leonardo Engler Pugliesi, 19, suspeito de liderar outros quatro jovens que furtavam residências de alto padrão há pelo menos um ano em Franca (400 km de São Paulo), entrou nesta quarta-feira com pedido de habeas corpus para libertá-lo da prisão.
Jovens de classe média são suspeitos de furtar R$ 1 mi de amigos
Leonardo foi detido no início do mês. Ele é suspeito de ter participado do furto de ao menos 15 casas durante a semana de Páscoa, quando os moradores estavam viajando.
De acordo com a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o grupo conseguia informações privilegiadas com pessoas próximas às vítimas porque frequentavam os mesmos ambientes, como festas e baladas da cidade.
Para a defesa, Pugliesi não poderia ser preso em flagrante. A polícia deu ordem de prisão quando o jovem estava na casa dos pais, sem os objetos furtados, diz Lima.
Segundo a polícia, os objetos levados das casas das vítimas estavam em um apartamento alugado pelo grupo em um bairro universitário.
No entanto, segundo a defesa e a própria DIG, o locatário não é Leonardo e sim João Paulo Limírio, 25, outro suposto integrante do grupo, que também está preso.
O vínculo da acusação é o vídeo de um circuito interno de segurança em uma loja agropecuária em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Nele, alguns suspeitos aparecem usando um cartão de crédito furtado em Franca.
ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO
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