domingo, 19 de dezembro de 2010

Top 10 descobertas científicas de 2010 e as 10 da década

A máquina quântica, aparelho que permite registrar o comportamento de átomos e partículas subatômicas, foi eleita a principal descoberta científica do ano pela revista 'Science'. Elaborada pela equipe da publicação, a lista dos dez maiores avanços do ano inclui o gel vaginal que reduz a infecção pelo HIV, o genoma artificial e o DNA do homem de neandertal.

As descobertas mais importantes do ano:
1. A máquina quântica - Criada pelos cientistas Andrew Cleland e John Martins, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, consiste em uma pequena haste de metal que se comporta de acordo com as regras da física quântica e consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo.

2. O genoma artificial - Construído pelo americano Craig Venter, o genoma sintético foi capaz de mudar a identidade de uma bactéria quando inserido em uma parte de seu DNA. A descoberta abre espaço para o desenvolvimento de novos medicamentos, produtos químicos e biocombustíveis.

3. O genoma do neandertal - A descoberta de Svante Pääbo , do Instituto Max Planck de Biologia Evolutiva na Alemanha, mostrou que europeus e asiáticos herdaram de 1% a 4% do DNA do neandertal.

4. Profilaxia da Aids - Os testes feitos em 2010 indicaram que, em breve, teremos novas formas de evitar o contágio do HIV. Um gel vaginal contendo o antirretroviral tenofovir mostrou ser capaz de diminuir o risco de contrair a doença em 39%. Já um medicamento de uso contínuo diminuiu os casos de infecção em 43,8%.

5. Genes de doenças raras - A descoberta da utilidade do DNA 'lixo' mostrou que inúmeras doenças podem ser provocadas por mutações genéticas.

6. Simulação da dinâmica molecular - Cientistas conseguiram, usando computadores superpotentes, estudar com detalhes o movimento de átomos.

7. Simulador quântico - As simulações quânticas feitas com cristais artificiais abre o caminho para entender a supercondutividade.

8. Nova geração de estudos genômicos - As pesquisas de DNA estão cada vez mais rápidas e baratas , graças ao desenvolvimento de novos equipamentos.

9. Reprogramação celular - Pela primeira vez, cientistas conseguiram reprogramar células adultas para que elas funcionassem como células embrionárias.

10. A volta dos ratos - Em vez de camundongos, os cientistas voltaram a preferir os ratos nas experiências em . laboratório.



AVANÇOS CIENTÍFICOS DA DÉCADA
Também foram eleitos pela revista os dez maiores avanços científicos da primeira década do século 21. Os jornalistas da "Science" escolheram dez áreas de pesquisas que cresceram muito nos últimos dez anos e chegaram à seguinte lista:

Aproveitamento do genoma “descartável” – Com a descoberta de regiões específicas do genoma, mais relevantes à pesquisa por codificarem proteínas, os cientistas privilegiaram estudos com apenas 1,5% do total do DNA. Mas o restante do genoma, anteriormente conhecido como DNA “junk” (lixo, em inglês), voltou a ser pesquisado e tem se mostrado tão importante quanto a parte mais "nobre" do genona, segundo a revista.

Mudanças na Cosmologia - A última década levou os cientistas a considerarem o espaço como composto por matéria bariônica (a comum, da qual é feita os materiais do cotidiano), a matéria e a energia escuras. Com a união dessas teorias, os cosmólogos construíram um modelo padrão para interpretar o Universo, com pouca margem para novas interpretações, segundo a "Science".

Biomoléculas antigas - A descoberta que o DNA e o colágeno podem ser conservados por milhares de anos forneceu importantes descobertas sobre vegetais, animais e humanos, gerando uma grande atividade paleontológica. A análise desse material permitiu, por exemplo, identificar adaptações anatômicas sofridas pelas espécies ao longo dos anos, impossíveis de serem detectadas somente pelo estudo de ossadas.

Água em Marte – Muitas evidências de água no Planeta Vermelho foram divulgadas em 2010. Os astrônomos descobriram que até mesmo a superfície do astro pode ter contido água, fora o volume do líquido preso nas calotas polares do planeta.

Reprogramação de células - Durante a primeira década do século 21, os cientistas aprenderam a reprogramar células adultas em versões "pluripotentes", que conseguem se transformar em quase todo o tipo de célula do corpo. Com o avanço nas pesquisas, a comunidade científica espera que, em breve, terapias celulares e a reposição de tecidos e até órgãos seja possível pela técnica.

Microbioma – Cientistas começaram a voltar a atenção para o ambiente no qual vivem vírus e bactérias. Segundo a revista, 90% das células em nosso corpo são micróbios, o que leva os pesquisadores a querer saber mais como mudanças em genes microbianos afetam o aproveitamento da energia que homens obtêm ao comer ou como o sistema imunológico reage.

Exoplanetas – No ano de 2000, eram apenas 26 planetas conhecidos fora do Sistema Solar. Atualmente, com o lançamento de sondas específicas para este fim como a Kepler, da agência espacial norte-americana (Nasa), este número ultrapassou 500. O objetivo agora é o de encontrar planetas cada vez mais similares à Terra, que reúnam condições para o desenvolvimento da vida.

Inflamações – Segundo a revista, a comunidade médica está cada vez mais alerta para o papel importante das inflamações no desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, aterosclerose, diabetes e até obesidade.

Metamateriais – Físicos e cientistas conseguiram gerar materiais com propriedades inexistentes na natureza como a capacidade de guiar luz.

Mudanças climáticas – O aquecimento global e as alterações no clima ganharam força no cenário mundial, com a criação de eventos da ONU como as conferências do Clima e da Biodiversidade. Estudos de órgãos como a Nasa e a agência norte-americana que monitora as condições da atmosfera e dos oceanos (NOAA, na sigla em inglês) também comprovam que a temperatura não para de subir, sendo que 2010 poderá ser eleito como um dos anos mais quentes da história.
Globo.com

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