Revoltada com uma decisão judicial que, segundo ela, beneficiou indevidamente o assassino do seu filho, Elizabeth Maria Alcantara decidiu protestar em frente à sede do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Está em greve de fome, no local, até que a decisão seja revertida.
Segundo Elizabeth Alcantara, seu filho, Márcio Lodi, foi executado a tiros, em 2004, na Estrada de Capuaba, em Vila Velha. Ela afirma que o autor do crime foi o então policial militar Rogério Luiz Porto.
Expulsão
"Ele foi preso, julgado e condenado. Perdeu a farda, foi expulso da PM e levado para o Presídio de Viana. Mas, graças a uma decisão do desembargador Alemer Ferraz Moulin, foi transferido para o Quartel de Maruípe, onde cumpre pena. Ele não tem esse direito, por não ser mais policial. Deve voltar para Viana", diz a mulher.
Ela disse que o desembargador negou ter sido dele a decisão, mas que três advogados lhes disseram que a informação consta nos documentos.
A mulher afirma ter recebido apoio de integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que vieram ao Estado. "Eles conversaram comigo, e talvez isso me ajude. Quero que a justiça seja feita".
Sobre a greve de fome, Elizabeth Alcantara diz que só para o protesto quando conseguir a transferência do ex-PM para o Presídio de Segurança Máxima de Viana. "Passo o dia todo aqui e, à noite, volto para casa, pois meus filhos não acham seguro que eu permaneça", explicou Elizabeth Alcantara.
Transferência é prevista em lei, garante tribunal
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo informou que o ex-militar Rogério Luiz Porto tem garantia de cumprir a pena no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar,em Maruípe. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a lei garante que militares e ex-militares condenados cumpram pena em quartel da PM. Quanto à transferência do ex-militar do Presídio do Complexo de Viana para o Quartel da PM, a assessoria informou que foi uma decisão da 1ª Câmara Criminal do TJES, adotada por um colegiado formado por três desembargadores.
A Gazeta
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