segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Boca pode esconder doenças graves. Cárie é apenas uma delas

A boca pode esconder doenças graves: seja por falta de higiene, má alimentação ou tantos outros fatores. Escovar os dentes após as refeições e passar o fio dental ao retirar algum alimento não é suficiente. Manter o sorriso em dia requer cuidados a mais.

Na segunda matéria da série Sorriso Saudável, a dentista especialista em endodontia e reabilitação dentária Michelle Vionet explica quais são e como tratar as principais doenças da boca. "Tem muitas outras que podem ser descritas, mas estas são as mais vistas popularmente", afirma. Então, conheça um pouco mais sobre: cárie, gengivite, periodontite e herpes labial.

Cárie dentária
"É importante lembrar que a cárie trata-se de uma doença transmissível"
É uma das doenças que mais afetam os seres humanos. Trata-se de uma doença infecciosa, causada por vários fatores, de destruição dos tecidos duros dos dentes. Ela é formada quando não há correta higiene bucal, uma vez que as bactérias normalmente presentes na boca se aproveitam dos restos alimentares (principalmente dos a base de açúcar) para produzir uma espécie de ácido que inicia o processo de destruição do esmalte dentário. Uma das formas de tratamento da cárie é através da sua remoção mecânica, realizada pelo dentista através do preparo dentário, e da posterior restauração. A cárie pode ser prevenida a partir de uma boa higienização da cavidade bucal, uso racional e adequado do flúor em suas diversas formas, alimentação correta, controle do açúcar e de visitas regulares ao dentista. É importante lembrar que trata-se de uma doença transmissível e, portanto, não somente os pais devem ter dentes saudáveis, mas também as babás ou as pessoas que cuidam da criança de um modo geral.

Gengivite
A gengivite é uma doença caracterizada pela intensa e, muitas vezes, constante inflamação gengival e posteriormente periodontal - quando passa a se chamar periodontite. A gengivite é uma doença principalmente diagnosticada clinicamente quando o paciente relata quadros de sangramento gengival espontâneo ou provocado por escovação mesmo que leve. É uma doença se instala devido a má higiene (escovação deficiente ou falta de fio dental), uma vez que a placa bacteriana que se forma nos dentes, quando os mesmos não são bem limpos é a principal responsável pela irritação do tecido gengival que causa a gengivite. O tratamento consiste em uma limpeza minuciosa dos dentes e gengiva realizada pelo dentista. Depois disso é necessário que o paciente proceda a higiene oral constante.

Periodontite
A periodontite (que também era conhecida popularmente como piorreia) é uma inflamação crônica que acomete gengiva, osso e ligamentos de suporte dos dentes, que se dá, principalmente, pelo acúmulo de placa bacteriana nestas regiões. Ela é uma das causas de perda de dentes em adultos e a principal causa em pessoas idosas, uma vez que acomete a região de sustentação dos dentes, promovendo mobilidade e mudança de posição dos dentes. Seus sintomas incluem sangramento gengival, alteração do paladar, sensibilidade dental, dores e desconfortos gengivais, alteração da cor dos dentes, mau hálito e tártaro. Uma boa higiene bucal e visitas periódicas ao dentista previnem e/ou controlam a infecção. Entretanto, sabe-se que o fumo, bruxismo, deficiências nutricionais, medicamentos e doenças emocionais podem potencializar os efeitos da periodontite. O tratamento consiste em raspagens e, em casos mais acentuados, cirurgias, acompanhado ou não de medicamentos.

Herpes labial
O herpes é uma infecção causada pelo contato com um tipo de vírus (Herpes simplex vírus), contato este que ocorre geralmente na infância, apesar de muitas vezes a doença não se manifestar nesta época da vida. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma latente, até que venha a ser reativado. Essa reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. Algumas pessoas tem maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes e outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença. As lesões do herpes labial geralmente se apresentam com um quadro de coceira e ardência local, inicialmente, evoluindo para a formação de pequenas bolhas sobre uma área avermelhada e inchada. A seguir as bolhas se rompem liberando um líquido rico em vírus e formando feridas (essa é a fase de maior capacidade de transmissão do vírus). Após 5 a 10 dias de aparecimento das lesões iniciais, a ferida começa a cicatrizar. O tratamento deve ser orientado pelo dentista ou pelo médico dermatologista, a partir de medicamentos e cuidados adequados a cada caso.

A Gazeta (Laila Magesk)

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