segunda-feira, 12 de julho de 2010

Bruno. Gleiro com fama de pão-duro e violento com prostitutas

Na noite de 9 de junho, após permanecer cinco dias sofrendo agressões em um quarto no sítio do ex-goleiro do Flamengo Bruno, em Esmeraldas (MG), Eliza Samudio, de 25 anos, foi colocada em um carro. Segundo os depoimentos colhidos pela polícia, no veículo, o jogador explicou que, depois de todo sofrimento, a jovem iria para um apartamento em Belo Horizonte, onde poderia viver com o filho Bruninho, de 5 meses, que receberia o sobrenome do goleiro.

A investigação indica que esse teria sido o último lance da emboscada, armada desde abril, para atrair Eliza para a morte: o caminho para o novo lar, na verdade, foi em direção à casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, onde a jovem foi estrangulada e esquartejada.

Em reportagem do "Fantástico", da TV Globo, foi revelado parte do conteúdo do notebook de Eliza Samudio. Em conversas com amigos por mensagens instantâneas, ela revela uma mudança de comportamento de Bruno (veja o quadro abaixo).

Na tentativa de reconquistar a confiança da moça, Bruno ofereceu até um berço para o bebê. "O primeiro contato mais suave foi em meados de abril... Ele ligou dizendo que estava querendo ficar numa boa, e que só queria o endereço de onde ela estava para mandar um berço para a criança", afirma T., amiga que recebeu Eliza para um período em Santos, no litoral paulista. "Falei que ela não ia aceitar nada e que o berço eu já tinha dado".

Segundo outros relatos das amigas mais próximas, Bruno usou várias táticas em sua armadilha. Se antes ele ligava xingando Eliza, com o passar do tempo foi mudando o jeito de tratá-la.

Eliza começou a cair na arapuca quando Bruno passou a mandar uma "pensão" extraoficial: R$ 1 mil foram depositados no fim de abril.

No mês seguinte, ele convenceu Eliza a passar temporada no Rio. O passo seguinte do plano, segundo as investigações, foi abrir uma conta bancária em que o goleiro depositou mais R$ 1 mil.

Numa tarde depois de um treino, ele foi ao quarto dela para ver a criança. "Ela me ligou toda feliz dizendo que Bruno tinha ido lá e ficado meia hora brincando com o Bruninho direto", afirma M., uma amiga que dividiu uma casa com Eliza no Rio.
"Tudo isso fazia parte do plano de vingança dele. Não foi apenas porque ele não queria assumir a paternidade", afirma o delegado Edson Moreira, diretor do Departamento de Investigações de Homicídios de Minas Gerais.

"Há indícios muito fortes da premeditação no sentido de a partir desse convencimento o princípio do plano todo", afirma Jader Marques, advogado que representa o pai de Eliza.

Polícia mineira quer colocar primos frente a frente
Belo Horizonte

A Polícia Civil mineira quer promover uma acareação entre os primos de Bruno Fernandes, o menor J. e Sérgio Rosa Sales, para esclarecer divergências nas versões apresentadas pelos dois em depoimentos sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro.

Um pedido de transferência de J. para Belo Horizonte deverá ser feito ao juiz Marcius Ferreira, da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. O adolescente, cujo depoimento deflagrou a prisão de Bruno e outros suspeitos, foi apreendido, semana passada, na casa do goleiro, na Barra da Tijuca.

Ele chegou a ser transferido para a capital mineira, mas retornou ao Rio de Janeiro e permanece internado no instituto para menores infratores Padre Severino. Caso a transferência não seja autorizada, policiais de Minas Gerais deverão seguir para o Rio com Sérgio, onde poderá ser feita a acareação entre os dois.

Entre as informações conflitantes nos depoimentos, está a participação de Bruno no crime. J. isenta o goleiro de envolvimento com o suposto sequestro, tortura e morte de Eliza. Já o depoimento de Sérgio indica que Bruno sabia e participou dos fatos, estando presente no local do crime. Ele, inclusive, teria questionado o goleiro sobre as implicações do homicídio.

Os delegados responsáveis pelo inquérito pretendem nos próximos dias colher o depoimento de Bruno e outros principais suspeitos, como o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o autor da execução e ocultação do cadáver, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Os depoimentos são considerados fundamentais para a elucidação do caso e novas diligências em busca do corpo da vítima. (Agência Estado)

Amante teria dado cobertura para o jogador
Rio

Quatro meses antes de se tornar suspeito de assassinato, Bruno acrescentou mais uma conquista à sua vida. O goleiro do Flamengo teria incluído em seu rol de amantes uma jovem loura de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Mãe de dois filhos e ex-mulher do segurança de um deputado, Fernanda Sales é suspeita de ter ajudado Bruno a deixar sua mansão, no Gol vermelho dela, na terça-feira passada, após a polícia ter apreendido no local o menor J., pivô das denúncias sobre a morte de Eliza Samudio.

Fernanda e Bruno teriam se conhecido no bar Rock Bola, em Santa Cruz. Segundo amigos, eles se encontravam ali aos sábados, após as partidas do Flamengo. O goleiro era acompanhado por Luiz Henrique Romão, o Macarrão; Paulo Vítor, segundo goleiro reserva do time carioca; e um segurança do clube.

"Ela era amante dele. Sempre que acabava o jogo no sábado, ele vinha para cá. Isso acontecia há quatro meses. No Rock Bola, eles ficavam numa ala vip, a que só os amigos do Bruno tinham acesso", contou um frequentador do lugar, que não quis se identificar.

Num depoimento à 2ª Vara de Infância e da Juventude do Rio, na quinta-feira, o menor J. contou que, no dia 4, após ser tirada do hotel no Rio, Eliza teria sido levada para uma casa onde estariam Bruno e Fernanda.

Isso teria ocorrido na véspera de Eliza ser transferida para o sítio do goleiro em Esmeraldas (MG). Fernanda teria seguido com Bruno para Minas, também no dia 5.

Em Santa Cruz, suspeita-se que Bruno seria um dos sócios do bar Rock Bola e que teria ficado ali para driblar a polícia. No prédio de Fernanda, o porteiro disse que ela viajou.

Fama de pão-duro e violento com prostitutas
Rio

Num jogo emocionante, com o goleiro Jefferson defendendo um pênalti de Adriano, ídolo rubro-negro, o Botafogo acabou – depois de três anos de espera e decepção – campeão carioca de 2010. A data: 18 de abril. Um título incontestável.

Mas o personagem da história era o goleiro do Flamengo. Naquele dia, Bruno foi curar as mágoas no Paris Café, no Rio, conhecida casa de shows eróticos, onde mulheres cobram até R$ 350 por meia hora de sexo.

O goleiro não estava sozinho: outros jogadores o acompanhavam. Numa mesa no andar superior da casa, onde mulheres fazem shows eróticos, o jogador bebeu e sorriu muito. Como de costume, não procurou qualquer garota para um programa, ficou apenas conversando.

"Ele raramente subia com as meninas para um programa. O negócio de Bruno era contratar as garotas daqui e de outras termas, e levá-las para outro lugar. Ele dava muitas festas e gostava de bater durante os atos sexuais. Muita menina passou até a recusar os convites, porque o ambiente nas festas dele era pesado", contou uma mulher.

As mulheres falaram muito mal de Bruno. Além gastar pouco, o goleiro é descrito como violento. "Muita garota aqui torce para ele ser condenado. E praga de mulher...", diz uma delas, sorrindo.

Advogado vai pedir liberdade para Bruno e mais cinco
Belo Horizonte

O advogado Ércio Quaresma Firpe pretende entrar hoje com pedido de habeas corpus para o goleiro Bruno e outras cinco pessoas acusadas de participar do sequestro e da morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio.

Ele disse que planeja contratar peritos criminais e advogados especializados em questões trabalhistas e de direito de imagem para montar a defesa. Quaresma contesta dois pontos sa investigação da polícia mineira: o depoimento do adolescente J., de 17 anos, primo de Bruno, e a ausência de sangue na casa onde Eliza teria sido asfixiada.

"O menor fala que deram um pedaço do corpo da vítima para os cachorros comerem. Desde quando carne humana faz parte da dieta alimentar de um rotweiller?", pergunta o advogado. "Sou amigo do Paulista (Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de matar a estudante e esconder o corpo). Ele trabalha com treinamento de animais. Você pode colocar um filé mignon na frente de um cão treinado que ele não come", afirma.

Outros três clientes de Quaresma devem ser chamados hoje para depor no Departamento de Investigação (DI) da Polícia Civil, em Belo Horizonte.

O delegado Edson Moreira, chefe do DI, quer saber qual a participação de Elenílson Vítor da Silva, administrador do sítio de Bruno, Flávio Caetano de Araújo, o Flavinho, motorista do goleiro, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, que teria escondido o bebê de Eliza. O trio deve permanecer em silêncio, seguindo orientação do advogado Quaresma.

"Ainda não tive acesso às cópias do inquérito, que estou pedindo desde semana passada. Não posso orientar meus clientes sem saber o que a polícia tem de depoimentos e provas", afirma o advogado. (Agência Estado)

Mesmo perito do caso Isabela
Belo Horizonte

O advogado de Bruno, Ercio Quaresma, acha que é necessário elaborar um novo laudo técnico para mostrar se há ou não sangue na cena do crime e se esse sangue é de Eliza. Para elaborar essa perícia paralela, Quaresma pretende contratar os trabalhos dos peritos criminais George Sanghinetti ou Fortunato Badan Palhares.

Sanghinetti já foi contratado para fazer laudos na morte de Paulo Cesar Farias, em 1995, e da menina Isabela Nardoni, dois anos atrás.

Os profissionais não foram localizados ontem para comentar o assunto. A defesa também está preocupada com a divulgação de fotos do jogador com o uniforme de presidiário e de sua vida pessoal. "Qual o objetivo disso, além de execrar o ser humano? Vou chamar um advogado que entende de direito de imagem para avaliar isso".

Ele também criticou a exposição que a imprensa fez da tatuagem que Macarrão, amigo de Bruno, tem nas costas. O texto diz: "Bruno e Maka. A amizade nem a força do tempo irá destruir. Amor verdadeiro", referência a uma música do grupo de samba Fundo de Quintal.
"Se eu tenho uma amizade de fé, de dar a vida por alguma pessoa, por que não vou tatuar? Queria ter o privilégio de ter uma amizade tão bela quanto a dos dois (Macarrão e Bruno)". (Agência Estado)

Polícia mineira quer colocar primos frente a frente
Belo Horizonte

A Polícia Civil mineira quer promover uma acareação entre os primos de Bruno Fernandes, o menor J. e Sérgio Rosa Sales, para esclarecer divergências nas versões apresentadas pelos dois em depoimentos sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro.

Um pedido de transferência de J. para Belo Horizonte deverá ser feito ao juiz Marcius Ferreira, da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. O adolescente, cujo depoimento deflagrou a prisão de Bruno e outros suspeitos, foi apreendido, semana passada, na casa do goleiro, na Barra da Tijuca.

Ele chegou a ser transferido para a capital mineira, mas retornou ao Rio de Janeiro e permanece internado no instituto para menores infratores Padre Severino. Caso a transferência não seja autorizada, policiais de Minas Gerais deverão seguir para o Rio com Sérgio, onde poderá ser feita a acareação entre os dois.

Entre as informações conflitantes nos depoimentos, está a participação de Bruno no crime. J. isenta o goleiro de envolvimento com o suposto sequestro, tortura e morte de Eliza. Já o depoimento de Sérgio indica que Bruno sabia e participou dos fatos, estando presente no local do crime. Ele, inclusive, teria questionado o goleiro sobre as implicações do homicídio.

Os delegados responsáveis pelo inquérito pretendem nos próximos dias colher o depoimento de Bruno e outros principais suspeitos, como o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o autor da execução e ocultação do cadáver, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Os depoimentos são considerados fundamentais para a elucidação do caso e novas diligências em busca do corpo da vítima. (Agência Estado)

Computador de Eliza revela suposta trama de Bruno
No dia 28 de abril, Eliza pede conselhos para um consagrado jogador, cujo nome não pode ser revelado
Fácil é Julgar (FJ) - Preciso de uns conselhos seus. Bom dia, tudo bem?
Suposto Jogador (SJ) - Tudo, e você?
FJ - Só estresse com o inútil do Bruno. Não sei mais nem o que fazer.

SJ - Por quê?
FJ - Todo mês, ele mandava o cara que trabalha pra ele depositar uma miséria. Esse mês, tá enrolando.

Em outro trecho, Eliza conta que conseguiu falar com Bruno.
FJ - Falei com o Bruno!
SJ - E aí?
FJ - Nada demais, ele disse que depois do jogo ou amanhã ele me chama, que a intenção dele é ajudar.

Em 3 de maio, Eliza trocou mensagens novamente com a mesma pessoa.
FJ - Falei com o pai do meu filho.
SJ - Tá tudo bem?
FJ - Tá andando. Pediu um voto de confiança.

No mesmo dia, para uma pessoa que se identifica como Luana, Eliza conta que falou com Bruno.
Luana - E o pai dele, já conheceu?
FJ - Não, ainda, mas estamos nos falando.
L - E a audiência?
FJ - Só depois de agosto.
L - Não podia demorar tanto.
FJ - Pensão, mas é DNA.
L - Mas como ele tem dinheiro, deveria ser mais rápido.
FJ - Mas ele está ajudando. Começamos a nos falar essa semana que passou. Rodei a baiana, falei que se não me ligasse, eu ia fazer barraco no hotel. Aí, ele ligou e pediu um voto de confiança.
L - Voto de confiança pra ele? Era só o que faltava.
FJ - É difícil.
L - Ele não merece nem atenção.
FJ - Quem sabe ele vendo o garoto resolve fazer o DNA e registrar de boa.

Eliza também fala com uma pessoa identificada como Juninho. Ela pede informações sobre a agenda do Flamengo.
FJ - Preciso de um favor seu. Tu "tem" como descobrir em qual hotel o Fla vai ficar? Não vou fazer barraco.
Juninho - Acho bom mesmo.
FJ - Só vou ligar pra falar com o Bruno.

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