segunda-feira, 2 de julho de 2012

Lipoaspiração: coisas que você precisa saber


Lipoaspiração: tudo o que você precisa saber
Basta um pneuzinho aqui, uma gordurinha localizada acolá ou a imagem refletida no espelho não agradar para que a decisão de se submeter a uma lipoaspiração seja tomada. Mas você sabe como escolher um profissional de qualidade e quais cuidados são necessários antes e depois dessa cirurgia plástica, a mais realizada no Brasil (em 2009, 430 mil lipoaspirações foram feitas no país)?


Segundo o cirurgião plástico Fábio Saito, esse procedimento não é indicado para mulheres que querem emagrecer nem um tratamento eficaz para celulite ou obesidade. “A cirurgia serve apenas para mulheres que sofrem com a gordura localizada que não serão eliminadas somente com exercícios físicos e querem melhorar o contorno corporal. Existe um limite de gordura para ser retirado, a partir de uma determinada quantidade o risco do procedimento aumenta”.

Quem se submete à lipoaspiração dever ser saudável e relativamente magro, com pele firme, elástica e bom tônus muscular, e apenas 30% acima do peso ideal. Se você se encaixa nesse perfil, saiba quais os principais cuidados que você deve tomar para ter um resultado satisfatório:
  • Procure um médico indicado por alguém que conheça o trabalho dele. Esse profissional deve ser  especializado em cirurgia plástica e filiado à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Marque consulta com pelo menos dois cirurgiões e compare;
  • Tenha uma conversa clara com seu médico: ele deve perguntar sobre suas expectativas com a cirurgia plástica, aconselhar qual o procedimento adequado, informar sobre o procedimento, falar sobre os riscos envolvidos e deixar a decisão final para você;
  • Cada médico tem um protocolo pós-cirúrgico, mas a cinta modeladora deve ser usada de um a dois meses;
  • A drenagem linfática feita por um profissional treinado é fundamental para diminuir a fibrose e ajudar no processo de recuperação;
  • Evite esforço por 1 ou 2 semanas;
  • Evite o sol para não ficar com manchas na pele, causadas pela presença de equimoses (roxos);
  • Atividades físicas podem e devem ser retomadas um mês e meio após a cirurgia;


O cirurgião também deve tomar algumas precauções para evitar a chamada “barriga de lipo”, aquela barriga irregular. “Isso acontece quando é feita uma lipoaspiração muito superficial do tecido subcutâneo, quando a cirurgia é agressiva demais ou se a paciente não cumprir as recomendações médicas no pós-operatório. O tecido celular subcutâneo (gordura) tem funções, como a de ajudar a regular a temperatura do corpo e de proteção do nosso corpo. Quando a irregularidade é muito visível, pode-se tentar o tratamento com técnicas diferentes. Mas o tratamento dessas irregularidades não é fácil”, conta Saito.

Ele também ressalta a importância da dieta e do exercício física depois da operação. Segundo estudo realizado pela pesquisadora Fabiana Bennatti, do qual a equipe da  Clínica Essere foi responsável pelos procedimentos cirúrgicos, observou-se que boa parte das mulheres que fazem lipoaspiração estão propensas a ganhar aumento de gordura visceral, que pode ser prejudicial em longo prazo. “Esse tipo de gordura é mais perigoso do que a gordura localizada logo abaixo da pele e está ligado ao aumento do risco de diabetes tipo 2 e de problemas cardíacos”.

Entenda como a lipoaspiração é feita (dados fornecidos pela Clínica Essere):
  • A lipoaspiração pode ser realizada isoladamente, ou em associação a outros procedimentos para redução do abdom;
  • Procedimentos de lipoaspiração podem durar de 1 a 5 horas, dependendo da extensão e técnica empregada. Antes de iniciar a lipoaspiração, a área tratada deve ser limpa e anestesiada. Dependendo da complexidade do procedimento e da quantidade de gordura a ser removida, usa-se anestesia geral,  ou local associada à sedação EV. Após sedação, o cirurgião realiza uma incisão simples ou múltiplas incisões abaixo da linha do biquíni ou no umbigo. Entretanto, o cirurgião pode fazer incisões em locais alternativos, dependendo do procedimento. As cicatrizes são escondidas nos contornos do corpo;
  • Embora existam várias técnicas de lipoaspiração, a técnica tumescente é a mais utilizada. Antes de remover a gordura, injeta-se líquido na área a ser tratada através de um dispositivo com orifício, denominado cânula. A solução, composta de solução salina, lidocaína e epinefrina, auxilia a anestesiar a área tratada, diminui a perda sanguínea e facilita a remoção da gordura;
  • O cirurgião insere a cânula de lipoaspiração na camada de gordura abaixo da pele, fazendo um movimento de vai e vem, soltando e separando a gordura na região. A sucção é feita com um aspirador cirúrgico conectado no lado oposto da cânula, a fim de remover a gordura. Em alguns casos, a gordura pode ser removida manualmente com seringa conectada à cânula. Após procedimento, as incisões são fechadas com sutura, embora algumas incisões são tão pequenas que cicatrizam sem pontos;
  • Pode haver dor, aumento de volume, e pequenos ferimentos após o procedimento;
  • É possível retornar ao trabalho em poucos dias e retomar as atividades normais em aproximadamente uma ou duas semanas. Nota-se melhora da aparência logo após cirurgia. Melhora ainda maior pode ser observada de 4 a 6 semanas após o procedimento, com redução do edema. Os resultados finais serão notados em aproximadamente 3 meses. [ Yahoo! Brasil ]


1. Quando é indicado fazer uma lipoaspiração?
A lipoaspiração é um procedimento cirúrgico indicado para pessoas que têm um acúmulo de gordura localizada que a paciente não consegue eliminar através da combinaçâo de dieta e exercícios físicos. “A lipo não é um método de emagrecimento”, lembra o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), José Tariki.

2. Ela é a única forma de eliminar a gordura localizada?
Na maioria dos casos, sim. O cirurgião plástico Adriano Romiti, do Hospital São Camilo, explica que isso acontece quando uma pessoa perdeu todo o excesso de peso, mas o volume de gordura concentrado em algum lugar continua. "Nas mulheres, por exemplo, isso acontece principalmente no culote, onde costuma restar uma gordura que é difícil de perder da forma convencional".

3. Em que casos a cirurgia não deve ser feita?
As principais contraindicações referem-se a casos de pacientes que tenham excesso exagerado de peso ou muita flacidez de pele. Se a pessoa não apresenta condições clínicas adequadas - quando tem hipertensão, alergia severa ou arritmia, por exemplo - o procedimento também é desaconselhado. O presidente da SBCP informa que é preciso ter cautela antes de operar pacientes muito jovens. Ele afirma que é importante se certificar de que a pessoa tenha tentado outros métodos antes. Caso confirmada a necessidade, o procedimento pode ser feito a partir dos 17 ou 18 anos.

4. É necessária a realização de exames prévios?
Os médicos consultados por VEJA.com são categóricos ao afirmar que o paciente deve ser submetido a todos os exames que são obrigatórios antes de qualquer outro tipo de cirurgia. Eles concordam também ao dizer que é imprescindível a realização de uma boa avaliação clínica. É com ela que o médico diagnosticará quais são as necessidades específicas de cada pessoa. Numa pessoa idosa, por exemplo, a atenção pode ser voltada para problemas relacionados ao coração.

5. O médico precisa ter especialização em cirurgia plástica para fazer uma lipo?
Não. Segundo estabelece a resolução do CRM, "há necessidade de treinamento específico para sua execução, sendo indispensável a habilitação prévia em área cirúrgica geral". Ou seja, médicos como dermatologistas ou cirurgiões sem formação em nenhuma especialização são autorizados a fazê-la. De acordo com Tariki, já houve uma mobilização para tentar alterar essa resolução - o objetivo era passar a exigir a especialização em cirurgia plástica. "Quem faz qualquer curso de fim de semana não pode fazer uma lipoaspiração. Aparentemente é só fazer um cortinho. Não parece que é cirurgia, mas é." Para ele, a experiência na área somada aos três anos de especialização em cirurgia plástica garantem o grau de preparaçâo necessário.

6. Como é possível saber se o local escolhido e o médico são confiáveis?
Segundo o presidente da SBCP, o mais importante é consultar o CRM de sua regiâo para saber em qual especialidade o médico escolhido está registrado. De acordo com levantamento do Cremesp, apenas seis dos 289 médicos processados em casos de lipo eram especializados em cirurgia plástica. Uma outra forma de checar se o médico é cirurgião plástico é pelo site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.cirurgiaplastica.org.br). Romiti reitera, porém, que se informar é apenas uma parte do processo. "É importante ainda ter a indicação de um outro profissional. O paciente deve também pedir uma segunda ou terceira opinião de outros especialistas para tirar todas as dúvidas possíveis", aconselhou o cirurgião. Além disso, Tariki afirma que pedir recomendação de pacientes que já foram operadas pelo médico ajuda no critério de seleção.
No caso da escolha do local, é importante que a pessoa que fará uma lipoaspiração visite o estabelecimento e confirme se ele está autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Takiri, a Anvisa possui seus critérios de condições mínimas necessárias e não obriga que o estabelecimento que faz lipo tenha uma UTI. Romiti disse que, mesmo sem UTI, alguns locais possuem todo o suporte para lidar com uma eventual complicação - conseguem estabilizar o paciente e transferi-lo para um hospital. "Mas se uma pessoa de mais idade for fazer lipo junto com outros procedimentos, vale a pena fazer a cirurgia em um hospital." Takiri ainda acrescenta que "sempre que houver qualquer tipo de sedação endovenosa é necessária a presença de um anestesista".

7. O baixo preço pode ser considerado um indicador de perigo?
"O preço não deve ser o principal atrativo. É possível encontrar um profissional capacitado que ofereça um valor abaixo do mercado. Mas a pessoa não deve ser atraída pela facilidade de pagamento e parcelar em 20 vezes sem conhecer o médico antes. Então, se não há nenhuma referência do médico, é mesmo um perigo", explicou o presidente da SBCP. Romiti acrescenta ainda que o paciente precisa ficar alerta para não cair em possíveis armadilhas. "Às vezes a pessoa vai para um lugar sem estrutura, que não é profissional. É bom duvidar de preços muito bons e que prometem coisas utópicas", aconselha ele.

8. Quais complicações são mais comuns durante o procedimento?
A lipoaspiração é uma cirurgia como outra qualquer e, por isso, apresenta sérios riscos. Entre as complicações estão a embolia (quando uma placa de gordura ou de sangue se desloca e obstrui outro local) e as reações alérgicas anafiláticas. Segundo Romiti, além dos exames pré-operatórios e de avaliação clínica, é importante que a paciente tenha uma conversa sincera com o médico antes da operação. "Muitas vezes a pessoa está tomando ou tomou um remédio que não quer contar para o médico por medo que ele proíba o procedimento", explicou. Se isso acontece, o risco de apresentar alguma reação inesperada é maior.

9. Como funciona o processo de recuperação do paciente?
Se a pessoa realizou um procedimento leve, em poucos locais, o processo de recuperação costuma ser bastante tranquilo. Nos dez primeiros dias, o paciente deve evitar praticar exercícios físicos pesados, como levantar peso ou fazer longas caminhadas. É importante ainda observar o aparecimento de manchas roxas. Caso diagnosticadas, o paciente deve evitar tomar sol até que elas desapareçam. Além disso, os médicos também indicam o uso de malhas de compressâo, para evitar um edema, além de sessões de drenagem linfática, para amenizar o inchaço.

10. É possível fazer lipoaspiração em qualquer parte do corpo? Até quantos quilos dá para eliminar com a operação?
"Teoricamente você pode fazer o procedimento em todas as partes, menos em localidades onde pode haver lesão de órgâos ou vasos sanguíneos", resume Tariki. Segundo o cirurgião plástico Adriano Romiti, locais como a área abaixo do joelho ou a face são proibidos. Quanto aos quilos a serem eliminados, o CRM estabelece que até 7% do peso corpóreo do paciente pode ser retirado numa lipoaspiração úmida, quando se injeta soro fisiológico para ajudar no procedimento, e no máximo 5% numa cirurgia seca. Por exemplo: uma pessoa que pesa 70 quilos, pode aspirar, no máximo, 4,5 quilos. "Normalmente os médicos mais cuidadosos não chegam nem a esse limite. A gente observou que o risco de morte diminuiu por conta dessa limitação. Assim, ninguém comete uma imprudência", diz o presidente da SBCP. Se a quantidade estabelecida for excedida, o paciente pode apresentar desidratação e anemia, provocados pela perda de grandes quantidades de sangue, eletrólitos, potássio e sódio.

11. Quais são as técnicas existentes para a realização da cirurgia?
Existem vários diâmetros diferentes de cânula, o instrumento usado para retirar a gordura. Algumas são mais grossas; outras, mais finas. Além disso, foram criados novos aparelhos de ultrassom, vibratórios e com laser. José Tariki explica que esses novos métodos facilitaram apenas a vida do médico, já que destroem a gordura de forma mais rápida. "Nomes como ‘lipo light' são pura fantasia. O resultado final é sempre o mesmo".

12. Qual a diferença entre lipoaspiração e lipoescultura?
"Os dois termos são praticamente sinônimos", disse Romiti. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica disse que o princípio é o mesmo. Na lipoaspiração, apenas retira-se a gordura de um determinado local do corpo. Na lipoescultura, o médico usa a mesma gordura retirada na lipoaspiração e a enxerta em outro lugar que o paciente desejar remodelar ou preencher.

http://veja.abril.com.br

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