sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Crime na internet: meninas são as que mais sofrem

Se sua filha costuma ficar muito tempo na internet, é bom ficar atento. Cerca de 30% das 580 ocorrências registradas na Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos (DRCE), em Vitória, envolvem adolescentes, sendo que a maioria são meninas. Um levantamento realizado pela CPP Brasil (Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente) também apontou que 80% das adolescentes não se sentem seguras na internet, mesmo estando cientes dos perigos. Um terço delas também não sabe como denunciar esse tipo de situação.

Os dados do levantamento nacional foram recolhidos por meio de uma pesquisa online, respondida por cerca de 400 adolescentes de diversos estados. A pesquisa mostrou que o uso das tecnologias de comunicação e informação (TICs) está crescendo muito rapidamente, especialmente na faixa de 15 a 17 anos. Este grupo foi o que apresentou maior aumento percentual de utilização durante o período de 2005 a 2008 - de 33,7 para 62,9%.

E é a facilidade de acessar a internet junto com a falta de informação de muitos deles que contribuem para o aumento de crimes online, segundo o delegado da DRCE, Rafael da Rocha Corrêa. "Muitos adolescentes acham que a internet é uma só uma brincadeira e, assim, eles passam a pesquisar de forma indiscriminada, entrando em links estranhos. Eles não sabem que algumas pessoas instalam programas para poder controlar a webcam, saber o que ela está digitando no teclado ou capturar senhas para se apoderar dos perfis, por exemplo".

Difamação e injúria
A maioria dos crimes investigados pela DRCE são de falsa identidade, crime de difamação, injúria e calúnia, além de crimes de ameaça e pedofilia. Quando houver a suspeita de crime, o adolescente precisa "A ocorrência pode ser feita em qualquer delegacia do Estado. No caso de menor, ele sempre deve ir acompanhado do pai ou da mãe ou de uma pessoa responsável. Ela pode ser feita, também, diretamente na DRCE", ressalta Corrêa. (Melina Mantovani)

Perigo.com
Tempo. Fique atento ao tempo que o seu filho fica na internet. O ideal é que o adolescente permaneça, no máximo, uma hora e meia no computador contando com as pesquisas escolares, segundo a psicopedagoga clínica e terapeuta familiar Penha Péterli. Se com o diálogo os pais não conseguirem convencer o filho, então é preciso que haja o controle rigoroso desse tempo

Fotos. 

Os adolescentes precisam ficar atentos às fotos que publicam em seus perfis na internet. Muitas pessoas podem utilizar essas fotografias em sites pornográficos ou que incitam a pedofilia. Não se deve divulgar fotografias que tenham qualquer teor pornográfico, sensual ou sexual para quem quer que seja

Consulta. 
Se o adolescente tiver dúvidas com relação a postar uma foto em comunidades ou com relação a algum diálogo, ele precisa conversar com os pais ou com uma pessoa responsável que possa ajudá-lo a esclarecer as questões

Computador. 
O computador deve ficar na sala de estar ou em qualquer outro local onde haja grande circulação de pessoas, caso existam adolescentes em casa. Em locais com muita privacidade, eles acabam agindo pela emoção da descoberta entrar em sites ou se envolver em conversas perigosas. O ideal é que o computador não tenha câmera (webcam)

Denúncia. 
Em caso de suspeita de crime, as denúncias devem ser feitas na delegacia mais próxima ou diretamente na Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos (DRCE), que fica em Vitória, na Avenida Nossa Senhora da Penha, número 2290, na Sede da Polícia Civil. Os menores de idade devem ir acompanhados de um dos pais ou responsável. Para tirar dúvidas, basta enviar um e-mail para drce@pc.es.gov.br. O telefone é 3137-2607

Provas.
É importante que a vítima, quando for denunciar, já leve as páginas da internet impressas para comprovar o crime e não deletar as provas (e-mail ou diálogo, por exemplo). O ideal é salvar, fazendo Print Screen da tela e mostrar para mais pessoas para que elas possam ser testemunhas




A GAZETA

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