domingo, 7 de abril de 2013

Criança transexual é proibida de usar banheiro feminino em escola nos EUA

Criança transexual é proibida de usar banheiro feminino em escola nos EUA
Família entrou na Justiça pelos direitos de Coy, de seis anos. No país, 16 estados têm lei para proteger direitos dos transexuais.

Coy com uma de suas irmãs
Nos Estados Unidos, a família de uma criança de apenas seis anos está brigando na Justiça com a escola pelo direito de ela usar o banheiro!

Coy tem apenas seis anos e, à primeira vista, é uma criança como outra qualquer. Mostra os brinquedos: um pônei e um passarinho, tudo rosa, sua cor preferida; e se diverte com os quatro irmãos em uma casa de classe média americana. “Eu nunca vou crescer, eu adoro ser criança”, diz.
Mas os pais de Coy, Jeremy e Kathryn, estão travando uma batalha judicial com a escola dos filhos. A direção do colégio proibiu Coy de usar o banheiro feminino. O motivo? Apesar das roupas e do cabelo longo, Coy é biologicamente um menino. É uma criança transexual.

No início, a escola aceitou bem a situação e Coy passou a ser tratado por todos como uma garota. Os problemas começaram quando Coy foi para o primeiro ano. A direção da escola exigiu que ela usasse apenas o banheiro dos professores ou do departamento médico.

"Eu não sei porque a escola foi má comigo. Eles disseram que eu tinha que ir para o banheiro dos meninos ou dos médicos. Eu fiquei triste. Gostaria de voltar, mas agora estou estudando em casa”, diz Coy.

Kathryn e Jeremy tiraram todos os filhos da escola e acusam o colégio de discriminação.
"Nossa primeira proposta era que a escola desse um tempo para que se encontrasse uma solução mais razoável, para que a criança não sofresse. Eles disseram não. Então procuramos a Justiça", explica o advogado da família, Michael Silverman.

A mãe conta que começou a perceber que havia algo diferente quando Coy completou um ano e meio: " No início, a gente achou apenas que tinha um menino que gostava de coisas de menina. Mas, com três anos, ela começou a dizer que era uma garota. Não que queria ser uma, mas que era uma garota, e não um garoto. Quando insistimos que ela era menino, ela entrou numa forte depressão, não queria sair de casa e nem brincar com os amigos”.

"É importante para nós falar sobre o assunto, pois muitas pessoas têm tido medo de serem verdadeiras com elas mesmas", diz Kathryn. "Elas sabem desde crianças quem são, mas têm medo de contar. Queremos ajudar a criar uma sociedade em que é normal ser quem você é."

Um ano depois, Coy passou a dizer para os pais que estava no corpo errado, que era preciso
"Eu fiquei confuso. Ela tem um irmão gêmeo, Max, que estava se desenvolvendo normalmente. Até reparar esse erro. Os Mathis, então, procuraram ajuda médica, pediatras, psicólogos, psiquiatras, para entender o que estava acontecendo.
que os médicos disseram que Coy era uma criança transexual”, conta o pai.

Veja vídeo:

Família trava batalha na Justiça por direitos de criança transexual nos EUA

“São pessoas que nascem com um sexo anatômico, mas se consideram pertencendo ao outro sexo. A maioria dos transexuais começa muito cedo a sentir que o seu corpo não é realmente aquele que o identifica. Essa sensação tem que ser constante. Ela não pode ser intermitente, mas ela ocorre o tempo todo”, explica a psiquiatra Carmita Abdo.

Um caso polêmico é da filha dos atores Angelina Jolie e Brad Pitt.  Apesar de nunca terem declarado que a filha é transexual, Shiloh, de sete anos, desde muito cedo faz questão de se vestir como menino, e até de ser chamada como John.

“A criança não está fazendo algo errado ou querendo transgredir. Ela se sente com uma identidade que precisa ser levada em consideração e respeitada. É importante que o pai e a mãe saibam que o transexual é diferente do homossexual. O homossexual não quer mudar o seu corpo. O transexual, enquanto não muda, não se sente satisfeito.”, destaca Carmita.

Foi o que fez a modelo brasileira Lea T, com uma cirurgia de mudança de sexo. Coy vai poder escolher fazer essa cirurgia quando crescer. Hoje, já tem identidade e passaporte com o sexo feminino.

Nos Estados Unidos, 16 estados têm leis para proteger os direitos de crianças e adultos transexuais, incluindo o Oregon, onde uma escola já criou banheiros unissex.

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia calcula que três a cada milcrianças possa ter problemas de identidade de gênero. Por isso, o apoio da família, como acontece com Coy, é fundamental.

“Se existe preconceito dentro de casa, como é que essa criança vai poder lidar com o preconceito fora de casa? Mas, se ela tiver o respeito da família, ela vai se sentir mais fortalecida para ser respeitada no seu ambiente social”, aponta Carmita.

É o que Jeremy e Kathryn fazem todos os dias. ''As coisas não mudam se você não falar sobre elas. A aceitação vem com o conhecimento. Você não precisa ficar com vergonha porque é diferente. É isso que ensinamos para os nossos filhos. Vocês são especiais exatamente do jeito que são", contam.

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