sábado, 12 de janeiro de 2013

Presos foram obrigados a ficar nus e a sentarem no chão de cimento, aquecido pelo sol, por cerca de duas horas

Segundo relatos, presos foram obrigados a ficar nus e a sentarem no chão de cimento, aquecido pelo sol, por cerca de duas horas
A situação gerou queimaduras graves nas nádegas dos detentos.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo investiga uma denúncia de tortura a 52 presos do Complexo Prisional de Xuri, em Vila Velha (região metropolitana de Vitória).

Segundo a denúncia, os presos foram retirados das celas no dia 2 de janeiro e encaminhados a um pátio. Lá, foram obrigados a ficarem nus e a sentarem no chão de cimento, aquecido pelo sol, por cerca de duas horas.

A situação gerou queimaduras graves nas nádegas de todos os internos. A suspeita é que eles tenham sido torturados por um grupo de agentes penitenciários depois de reclamar da falta de água.

Os relatos indicam ainda que a direção do presídio isolou os 52 presos após o ocorrido, deixando-os com as queimaduras expostas pelo corpo por cerca de uma semana.

Os presos só receberam atendimento médico na última quinta-feira (10), quando o Tribunal de Justiça determinou que eles fossem retirados da unidade prisional e levados para fazer exames e receber remédios.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Justiça, que responde pelas unidades prisionais, informou que exonerou o diretor-adjunto do complexo prisional do Xuri e encaminhou o caso para investigação da Polícia Civil e da corregedoria da secretaria.

Segundo o secretário de Justiça, André Garcia, os agentes penitenciários suspeitos de participar da ação poderão ser punidos.

Garcia lamentou o caso e disse que ordenou uma intervenção no presídio. "As fotos são muito contundentes. É lamentável termos que conviver com um quadro desses, e precisamos dar um resposta [às denúncias]", afirma.

TORTURÔMETRO

Após a denúncia, o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Pedro Valls Feu Rosa, anunciou que vai intensificar as medidas de combate à tortura nos presídios do Estado.

A frequência de relatos de tortura no ES motivou a criação de um "torturômetro" para contabilizar os casos. Somente em 2012, o tribunal recebeu 355 denúncias como a ocorrida no complexo prisional de Xuri. (NATÁLIA CANCIAN) UOL


Tortura de cerca de 55 detentos do Complexo Penitenciário de Xuri é denunciada

De acordo com denúncia anônima feita ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo, os dententos foram obrigados a sentarem nus no chão de cimento quente

Cerca de 55 detentos da Penitenciária Estadual de Vila Velha III, em Xuri, sofreram tortura dentro da unidade por pedirem água, segundo uma denúncia realizada ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). A denúncia anônima diz que no dia 2 de janeiro os detentos da unidade prisional foram retirados das celas e encaminhados para o pátio do presídio.

No local, os internos teriam sido obrigados a ficarem nus e a permanecerem sentados no chão de cimento quente, aquecido pelo sol. Os presos teriam permanecido no local durante aproximadamente duas horas, segundo apurações da Polícia Civil. O calor provocou queimaduras de segundo e terceiro graus nas nádegas dos detentos. 

Em coletiva de imprensa realizada no TJES na tarde desta sexta-feira (11), o presidente do Tribunal, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, mostrou fotos que foram feitas por funcionários do TJES, durante visita ao presídio na quinta-feira. As imagens das lesões são fortes e mostram a gravidade dos ferimentos. “As imagens chocam pela profundidade das lesões, apesar de já terem se passado sete dias do ocorrido”, destacou Feu Rosa.

A denúncia foi comunicada à Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e à Polícia Civil, que já está colhendo depoimentos dos envolvidos. O corregedor da Sejus, José Luiz Baptista, também acompanha o caso. Segundo testemunhas, na manhã desta sexta 20 presos foram levados para o Departamento Médico Legal, onde passaram por exames.

Dois deles apresentavam ataduras envolvendo braços e pernas. A Polícia Civil confirmou que os detentos estão sendo encaminhados para exames de lesão corporal.

Diretor de unidade prisional exonerado

O diretor da unidade prisional onde aconteceram as supostas torturas, Rodrigo de Souza, foi exonerado do cargo. A decisão foi informada à reportagem pelo secretário estadual de Justiça, André Garcia, durante entrevista na tarde desta sexta-feira. A decisão deve ser publicada no Diário Oficial de segunda-feira (14). Souza  era diretor adjunto da unidade, mas assumiu a direção porque a diretora titular está de licença-maternidade.

Segundo o secretário, o presídio está sob intervenção da Sejus. Até à nomeação de um novo diretor adjunto, quem assume a direção da penitenciária é o diretor de controle e inspeção das unidades prisionais do Estado, Edmilson Rosindo Neto. Garcia afirmou que soube da denúncia de tortura na noite de quinta-feira, quando servidores do TJES estiveram no presídio para apurar o caso.
Fonte: A Gazeta

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