domingo, 6 de maio de 2012

Ejaculações frequentes melhoram qualidade do esperma, diz estudo



Um estudo australiano sugere que fazer sexo todos os dias melhora a qualidade do esperma e poderia aumentar as chances de gravidez.

A pesquisa do Sydney IVF, um centro de tratamento de infertilidade, foi apresentada em Amsterdã, na Holanda, durante um seminário da Sociedade Europeia para Reprodução e Embriologia.

Os pesquisadores analisaram 118 homens com problemas de infertilidade e os resultados apontam que oito em cada dez participantes apresentaram uma melhora média de 12% nos danos do DNA do esperma depois de sete dias de ejaculação diária.

Além disso, o esperma também se tornou mais ativo durante a semana de análise, com um pequeno aumento na mobilidade.

O estudo observou ainda uma queda no número de espermatozóides no sêmen de 180 milhões para 70 milhões durante o período. Segundo os pesquisadores, apesar da queda, os homens permaneceram no nível normal de fertilidade.

Danos

O pesquisador David Greening, que liderou o estudo, disse que o conselho geral para os casais tem sido o de fazer sexo a cada dois ou três dias.

Ele explica, no entanto, que a melhora na qualidade do esperma observada a partir da ejaculação diária poderia ser explicada pois os espermas acumulados durante dias podem apresentar mais deformações pois ficam expostos a radicais livres durante o tempo em que ficam armazenados nos epidídimos - pequenos canais localizados nos testículos.

Segundo Greening, apesar dos resultados promissores, mais testes são necessários para identificar se os benefícios da ejaculação diária podem ser observados também em homens sem problemas de infertilidade.

Ele alerta que fazer sexo todos os dias por muito tempo -- um período de 15 dias, por exemplo -- poderia reduzir demais o número de espermatozóides.

Greening explica que "muito sexo diário" é recomendado no período de ovulação da mulher para aumentar as chances de gravidez.

De acordo com o pesquisador, os resultados do estudo podem ter implicações para casais que estão fazendo tratamento de fertilização in vitro. Isso porque os homens que passam por esse tipo de tratamento são aconselhados a não manter relações sexuais por pelo menos dois dias para aumentar o número de espermatozoides na hora da ejaculação.

Casos individuais
Segundo o especialista em fertilidade Alan Pacey, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, a descoberta de que ejaculações diárias melhoram as chances de gravidez é interessante, mas seria errado pensar que esse é o caso para todos os homens.

"Por exemplo, para homens que já possuem pouca quantidade de esperma, as ejaculações diárias podem reduzir ainda mais esse total e apesar de o esperma ser mais saudável, o número reduzido pode impedir as chances de uma concepção normal", disse Pacey.

Ele afirma ainda que o melhor conselho geral para casais que estão tentando engravidar naturalmente seria "manter relações a cada dois dias para garantir a saúde do esperma em cada ocasião".

Greening explica ainda que esse conselho pode ser diferente para homens que estão se preparando para tratamentos como a fertilização in vitro. Segundo ele, exames que medem os danos no DNA do esperma podem alterar a recomendação médica sobre a frequência das relações sexuais. (G1)



Estudo vincula ciclismo a baixa qualidade de esperma



Testes indicaram que proporção de espermatozoides saudáveis caiu para 4% após treinamento rigoroso.
(BBC)

Ciclistas profissionais deveriam considerar a possibilidade de congelar seu esperma antes de iniciar suas carreiras, dizem pesquisadores espanhóis. Eles constataram que a qualidade do esperma cai dramaticamente após treinamento rigoroso. O estudo, feito com triatletas de elite, revelou que, em atletas que percorrem mais de 300 km por semana de bicicleta, apenas 4% dos espermatozoides têm aparência normal.

Com níveis tão baixos de espermatozoides saudáveis, um homem teria "problemas de fertilidade significativos", disseram os especialistas em reunião da "European Society of Human Reproduction and Embryology". Entretanto, um especialista britânico disse que é improvável que os homens que usam a bicicleta para ir ao trabalho enfrentem problemas de fertilidade por causa do tempo que passam no banquinho da bicicleta.

A especialista responsável pelo estudo, Diana Vaamonde, da Escola de Medicina da Universidade de Córdoba, na Espanha, disse que outros estudos já demonstraram que níveis muito altos de exercício afetam a fertilidade tanto em homens como em mulheres. No novo estudo, os especialistas pediram a 15 triatletas com idade em torno de 33 anos que não tivessem relações sexuais durante três dias antes de terem uma amostra de seu esperma colhida.

Quando os pesquisadores compararam os resultados ao tipo de treinamento, apenas o ciclismo foi associado à qualidade do esperma, ou seja, correr ou nadar não foram associados a uma baixa contagem de espermatozoides saudáveis.

Em todos os homens - que treinaram uma média de nove vezes por semana nos últimos oito anos - menos de 10% dos espermatozoides tinham aparência normal. Em homens mais férteis, entre 15% e 20% dos espermatozoides têm aparência saudável.
Nos que percorreram mais de 300 km por semana de bicicleta, a proporção de espermatozoides com tamanho e forma normais caiu para 4%, nível em que um homem pode ter dificuldades em conceber sem o auxílio de tratamento.

Anormalidades 
O calor gerado pelas roupas colantes, a fricção dos testículos contra o banco da bicicleta e o estresse sobre o corpo resultante da imensa quantidade de energia necessária para fazer exercícios tão rigorosos poderia contribuir para a baixa qualidade do esperma, disse Vaamonde. A equipe está fazendo mais pesquisas para entender como o ciclismo pode afetar os processos metabólicos no corpo, levando à produção de esperma anormal.

Vaamonde acrescentou que não está claro se a qualidade do esperma melhoraria caso os homens parassem de praticar o esporte. Ela acredita, no entanto, que após anos de danos isto é pouco provável. "Uma medida possível seria congelar o esperma (dos atletas), mas quando eles começam a treinar não estão conscientes dos danos que podem ser causados ao seu esperma."

A especialista acrescentou que deveriam ser feitas pesquisas sobre formas de proteger os ciclistas contra problemas de fertilidade. "Dependendo do mecanismo que leva à formação de esperma anormal, (as medidas de proteção) poderiam incluir receitar antioxidantes e modificar os programas de treinamento."

Um especialista em andrologia da University of Sheffield, Allan Pacey, disse que existe muito interesse sobre uma possível associação entre ciclismo e fertilidade masculina, mas os resultados têm sido ambíguos. "É importante enfatizar que mesmo que a associação entre o ciclismo e a baixa qualidade do esperma seja correta, homens fazendo treinamento para triatlo passam mais tempo no banquinho do que o ciclista mediano ou alguém que vai de bicicleta para o trabalho."

Pacey acrescentou que 40 anos atrás andar de bicicleta era muito mais comum, mas não há evidência de que os homens fossem menos férteis.

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