domingo, 11 de março de 2012

Mariana Gross, da TV Globo, e uma futura mulher

Parece, mas não é

A repórter Mariana Gross
Quinta, Mariana Gross, da TV Globo, fazia uma reportagem em Rocha Miranda, no Rio, sobre o Dia da Mulher, quando perguntou uma bela jovem de uns 30 anos:
— Você gosta de ser mulher?!
Resposta da desinibida:
— Querida, ainda não sei te responder. Minha cirurgia é na semana que vem.




Saiba mais sobre a Mariana Gross

RIO - Ela se define como uma carioca clássica: é fã de dias ensolarados, marca ponto na praia, gosta de samba, carnaval e não dispensa um bom prato de feijão. Além disso, é dona de um astral invejável, que considera típico de quem mora na cidade.

- Eu tenho energia, um bom humor irritante que as pessoas não compreendem muito. É, eu posso ser um pouco cansativa mesmo (risos). Mas é que gosto de onde moro, da minha cidade, do que faço - diz Mariana Gross, há nove anos repórter da TV Globo.

A paixão pelo Rio de Janeiro, explica, se reflete no trabalho. A jornalista conta que suas matérias preferidas são as de comportamento, na rua, no meio do povo. No dia da entrevista, marcada num fim de tarde, na Lagoa, Mariana havia acabado de chegar de uma pauta no Mercadão de Madureira, na Zona Norte da cidade. No dedo, uma cópia do anel de noivado que Kate Middleton ganhou do príncipe William.

- Ah, eu me divirto com as pessoas. E agora já me sinto mais à vontade para imprimir um certo humor nas matérias que pedem isso. Porque é uma linha muito tênue entre a coisa ficar engraçada e ridícula - explica ela que, além das reportagens na rua, há três meses apresenta o "Radar", com o panorama do trânsito, ao lado de Ana Luiza Guimarães, no estúdio do "Bom dia Rio": - Estar ali com a Ana Luiza é absurdo. Eu a admiro há muito tempo, mesmo antes de ser jornalista. Gosto de ver como ela trabalha, como percebe o jornal. É um aprendizado.

Mariana revela que nunca havia pensando em trabalhar na televisão. Sua vontade era escrever para uma grande revista feminina.

- Queria passar um mês viajando, depois sentar no computador, tomar um vinho e fazer a matéria, bem no clima Carrie (Bradshaw) - compara, citando a personagem de "Sex and the city".

Porém, no quinto período da faculdade, um estágio na Rádio CBN a fez desviar o curso. Foi ali que fez sua primeira grande cobertura: o sequestro do ônibus 174, em 2000:
- Eu morava perto e fui a primeira a chegar. Foram seis horas de cobertura, algo muito marcante para mim. Logo depois fui contratada pela CBN.
A vaga na Globo surgiu após um teste. Ela saía com os repórteres e via como as matérias eram feitas. Quando recebeu a ligação de César Seabra, que na época comandava a editoria Rio da emissora e hoje é diretor da Globo News, fez um único pedido. Queria entrar logo ao vivo:
- No segundo dia, estava ao vivo em rede nacional. Foi meio na marra. Na primeira vez que fui para Bangu, estava tendo uma rebelião e liguei para o meu pai para avisar. Ele disse: "Minha filha, vou buscar você aí, não faça isso, você não tem condição". Ele viu que eu estava desesperada e ficou também. Mas deu tudo certo. Como vem dando até agora.

Mariana não nega que, às vezes, precisa se segurar para não rir. E, principalmente, para não chorar em certas reportagens. Como a que fez retratando a tragédia na Serra Fluminense, no início do ano.
- Aconteceu algo inacreditável. Chegamos ao Vale do Cuiabá e tudo havia sido destruído. O bombeiro tirou um corpo da casa e, quando olhei, era de uma amiga minha, a estilista Daniela Connolly. Fui eu quem reconheceu. E o bombeiro foi tirando o corpo do marido, do filho de 2 anos... Foi difícil. Sorte que do meu lado estava um câmera com 30 anos de casa. Ele me olhou e disse: "Aguenta firme que a gente está só começando". E eu me controlei - lembra.

O mesmo sangue frio Mariana teve na cobertura do massacre na escola de Realengo, no último dia 7 de abril. Ao vivo, no hospital, a repórter não parou para pensar no que estava acontecendo.
- Via crianças uniformizadas chegando com a cabeça aberta pelo tiro, os pais gritando, os médicos chorando. A gente se concentra naquilo e vai. Era o dia seguinte do meu aniversário. Aliás, o meu aniversário do ano passado eu passei com a água até a cintura cobrindo as enchentes no Rio. Foram 14 horas de cobertura. A festa teve que ficar para outro dia - conta.


Ela confessa que, embora mantenha a postura diante das câmeras, quando chega em casa a história é diferente:
- A hora do banho é quando desabo. Entro em um momento choroso, fico chateada, tenho pesadelos. Quem está do lado tem que aguentar.
Como forma de extravasar, a jornalista gosta de escrever as histórias em seu blog, o suspirada.blogspot.com (veja trecho acima), e também no Twitter:
- Na Globo, a gente escreve muito, mas textos curtos. E as pessoas têm curiosidade em saber como são os bastidores. Você sacia uma curiosidade que existe e o retorno é ótimo. O Twitter é bom para ouvir as críticas. E o Facebook deixo para os amigos, afinal, tenho que dar um alô para eles, né?
É com os amigos que Mariana passa suas horas de folga. Seja na praia, em um barzinho ou em uma boate, com sua companheira de dança preferida: a jornalista Glenda Kozlowski.
- Encontrei uma ótima companhia. A Glenda é pé de valsa. Ficamos cinco, seis horas dançando - afirma, empolgada.

Outro assunto que Mariana adora é moda. Considerada "arrumadinha" nos bastidores, a repórter está sempre a par das últimas tendências:
- Sou detalhista em relação ao meu visual. Gosto de ver vitrines, assistir a desfiles, saber as cores que ficam bem em mim na TV. E gosto de dar toques aos meus colegas. Mas não sou consumista, tenho peças bem antigas que foram da minha avó, por exemplo.

E ela pode. A silhueta esguia é praticamente a mesma desde os 14 anos de idade. O peso também.
- Depois de 32 anos, engordei dois quilos. Eu me pesei outro dia e estava com 51kg. Sou magra de ruim, sou boa de garfo. Só não como carne vermelha, mas adoro feijoada, arroz, farofa. E o chocolate é um vício - diz, só para deixar a mulherada com uma pontinha de inveja.


oglobo.globo.com

2 comentários:

  1. Mariana sou seu ``admirador`` em fim sou seu fã

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  2. parabens pelo grande trabalho.
    cada dia evoluindo como mulher e profissional.

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