Xuxa não irá para Orlando no Dia das Mães este ano. Dona Alda Meneghel, que morava nos Estados Unidos, reside na casa da apresentadora há quatro meses. Muito preocupada com a saúde da mãe, que é vítima do Mal de Parkinson e piorou recentemente, Xuxa a trouxe de volta ao Brasil para ficar pertinho dela.
Dona Alda morava em Orlando há mais de 15 anos e passava temporadas de no máximo três meses no Brasil.
Amanhã, ela deve receber o carinho dos filhos na casa de Xuxa, como conta Bladimir, irmão da apresentadora: "Provavelmente vamos almoçar na casa dela". Blad também explica que nunca sabe em que estado encontrará a mãe: "Sabe como é o Parkinson, tem altos e baixos. Tem dias em que ela está melhor, outros não".
Parkinson: saiba mais sobre a doença
A doença de Parkinson é uma enfermidade neurológica, que afeta os movimentos da pessoa. Ela foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson. Estima-se que cerca de 50% dos portadores da doença só a descobrem em estágios avançados. Mesma porcentagem é a de portadores que desconhecem ter o mal.
"O início é realmente imperceptível, tanto que nem o paciente nem os familiares conseguem dizer exatamente quando ela começou", atesta o médico neurologista João Carlos Papaterra Limongi, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
"Por ser uma doença em que o único dignóstico possível é o clínico, ou seja, ela só é descoberta pelos sintomas apresentados no paciente, o Parkinson costuma pegar as pessoas desprevinidas, deixando-as atordoadas."
A sensação de impotência, que vem de brinde com os sintomas clássicos da doença - tremores, lentificação dos movimentos, rigidez muscular e alterações na fala e na escrita - torna-se um agravante.
Apesar de não ser uma doença fatal, amendronta o novo portador de Parkinson, que vê a doença através do véu do preconceito - ainda hoje a doença é associada erroneamente à velhice. Apesar de quanto maior faixa etária, maior incidência do mal de Parkison, estatísticas apontam que a doença não é exclusividade dos idosos.
"Se considerarmos a população de uma cidade grande, desde a infância até os idosos, veremos que existem de 150 a 200 doentes com Parkinson em cada 100 mil habitantes, ou seja, um em cada mil habitantes tem a doença", conta o neurologista Egberto Reis Barbosa.
"No entanto, se estratificarmos as faixas etárias, a conclusão será que 80% dos casos ocorrem entre os 65 e 75 anos e que 10% deles aparecem antes dos 45 anos", conclui. Daí percebe-se que a relação entre velhice e parkinson não é de causa e conseqüência.
Apesar da gravidade da doença, a convivência pacífica com ela requer esforço do paciente: "Hoje é possível viver normalmente por mais de 20 anos com doença, mas exige comprometimento do paciente. É uma luta diária", atesta Papaterra. [terra]
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