domingo, 1 de maio de 2011

Tenho um galinheiro em casa, diz Gisele Bündchen

Uma grossa parede de vidro separa Gisele Bündchen do mundo exterior. De um lado, ela, sozinha numa redoma silenciosa, intocável em seu altar de roupas e flashes. Do outro, dezenas de fãs, que, mesmo debaixo de chuva, esperam um aceno, um sorriso que seja.

Na última quinta-feira (28), a garota que saiu de Horizontina, no interior do Rio Grande do Sul, para se tornar um ícone fashion, lançou uma linha de roupas e acessórios para a rede de moda popular C&A. Na vitrine do shopping Iguatemi, zona sul de São Paulo, ela se transformou em um manequim vivo.

Na performance, que não durou mais de dez minutos, a top trocou e destrocou looks da coleção que leva o seu nome. A linha é, segundo ela, uma chance para quem não tem dinheiro para comprar algo "confortável e estiloso".

As peças custam entre R$ 20 e R$ 350. São quase cem itens, entre vestidos, calças, bolsas e sapatos, que começaram a ser vendidos nas lojas da rede em todo o país.


Editoria de Arte/Folhapress
Depois de todo o burburinho e empurra-empurra, a modelo recebeu a Folha para uma conversa.

Folha - Você é seletiva quanto aos seus trabalhos. Por que aceitou desenvolver uma coleção de moda popular?
Gisele Bündchen - Queria fazer algo que atingisse muitas pessoas. Abri meu guarda-roupas e peguei as peças de que eu mais gostava, em que me sentia confortável, e chamei uma amiga estilista para me ajudar a adaptá-las.
Não tenho paciência para roupas complicadas, meu estilo sempre foi básico e acho que todo mundo procura isso no dia a dia. Além do mais, acho injusto as pessoas não poderem comprar algo confortável e estiloso só porque não têm como pagar.

Passou por esse problema antes de virar top?
Sim. Venho de uma família de muitas mulheres [Gisele tem cinco irmãs] e meus pais não tinham condições de comprar roupas para todas. Fazíamos uma espécie de reciclagem. O que a mais velha deixava de usar, repassava para as outras.

Esse rodízio funcionava?
Na medida do possível. O problema é que sou bem mais alta do que minha irmã mais velha, e as calças dela ficavam curtas em mim. Usava polainas de bailarina para esconder esse detalhe [risos].

Parece que isso não te incomodava tanto.
Não via necessidade de ter várias roupas no armário. Jogava vôlei no colégio e andava muito com o uniforme do meu time, ou seja, bermuda e camiseta. Quando cheguei a São Paulo, no início da carreira, não tinha roupa nem para ir aos testes.

Você se tornou uma mulher poderosa. Como vê o fato de uma mulher ocupar o cargo de presidente do Brasil?
Já viu alguma mulher começar uma guerra? Não tenho nada contra os homens, mas acho que as mulheres são menos agressivas em suas decisões. Essa sensibilidade feminina é necessária num cargo como o da presidente Dilma. Espero que, com ela, o país cresça de forma consciente.

Que tipo de consciência?
Cuidar das nossas riquezas naturais é algo que considero de extrema importância. Deveríamos ser um exemplo para o mundo.

Desde que seu filho, Benjamin, nasceu, em 2009, como cuida da alimentação?
Não como nada que seja industrializado e nunca dei nenhuma comida desse tipo para meu filho. Estou plantando 50 árvores frutíferas na minha casa [Gisele está construindo uma mansão em Los Angeles, nos EUA, avaliada em US$ 20 milhões] e tenho um galinheiro particular.

Por que um galinheiro?
Muitos amigos acharam estranho. Mas, qual é o problema de criar galinhas? Vou ter ovos frescos todos os dias e adoro esse clima de fazenda. Quero ter um casa onde possa me sentir como na casa dos meus avós. Era tudo simples e todas as comidas eram frescas e feitas na hora.

Seu marido, Tom Brady, é um ídolo do futebol americano. Já aprendeu a jogar?
Me sinto praticamente um árbitro. Sei todas as regras e grito muito quando vejo alguém jogando errado. Nossos amigos ficam chocados.

Folha

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