domingo, 29 de maio de 2011

Estreia de "Kung Fu Panda 2" provoca polêmica na China

A estreia na China neste fim de semana de "Kung Fu Panda 2", segunda parte do filme de animação de Hollywood que em 2008 narrou a transformação de um panda em mestre das artes marciais, dividiu os cinéfilos entre os que fizeram longas filas para vê-lo e os que pediram seu boicote.

A estreia nas vésperas do Dia Internacional da Infância no próximo 1º de junho revelou que a nova versão acrescenta à anterior mais elementos chineses, como o teatro de sombras e a dança do leão.

"O Dia Internacional da Infância deve ser puro. Não o transformem em um dia de ganho econômico para Hollywood nem enganem nossas futuras gerações com fast-food americano", disse em mensagem Zhao Bandi, um artista vanguardista que propõe o boicote ao filme.

Divulgação
"Kung Fu Panda 2" provoca polêmica na China, sendo chamado de publicidade da cultura dos EUA
Zhao pagou de seu bolso inserções nos jornais de Pequim e Cantão para "ganhar a batalha contra o filme".

Já em 2008, Zhao tinha lançado campanhas similares para boicotar "Kung Fu Panda", que na China alcançou uma marca histórica para filmes de animação ao conseguir uma bilheteria de US$ 27,7 milhões.

Kong Qingdong, professor de chinês da Universidade de Pequim que acompanha Zhao na liderança ao boicote do filme, disse à imprensa local que os elementos chineses são utilizados como publicidade da cultura dos EUA. "É uma invasão cultural", disse Kong.

Segundo a agência oficial "Xinhua", não faltam argumentos a quem diz que a produção da DreamWorks confunde a verdadeira cultura e é um instrumento para "sequestrar" a mente dos chineses.

No filme, o personagem principal chamado Po é um panda - espécie única na China - falador, gracioso e encantadoramente ingênuo, por isso poderia ser uma típica figura americana.

Mas o panda ganhou milhões de adeptos e no portal de microblogs mais popular da China, weibo.com, os comentários chegaram aos 270 milhões, alguns dos quais qualificaram a obra como brilhante, lamentando que a China não possa produzir esse tipo de filmes.


DA EFE, EM PEQUIM

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