quinta-feira, 21 de abril de 2011

Agorafobia. Cantora que não sai de casa há 2 anos faz sucesso no YouTub

Jemma Pixie Hixon sofre de agorafobia, doença que causa o medo de lugares abertos.imprimir

A cantora Jemma Pixie Hixon, que sofre
de  agorafobia (Foto: BBC)
Uma cantora inglesa que não sai de casa há dois anos devido à agorafobia (medo de lugares abertos) optou por apresentar suas músicas por meio de vídeos na internet, que já atraíram mais de dois milhões de visitantes.

Jemma Pixie Hixon, 20 anos, começou a apresentar sintomas de agorafobia aos 6 anos de idade. Com o agravamento da doença, dois anos atrás, Jemma ficou impossibilitada de sair de casa, sob o risco de sofrer ataques de ansiedade e de pânico.

'Quando você é bem jovem, não se dá conta do que está acontecendo, você não sabe o que é um ataque de pânico', disse a cantora em uma entrevista à BBC. 'Você tem palpitações no coração, a sua cabeça fica horrível. É a pior sensação', afirma.

Sem poder se apresentar em público, Jemma optou por editar vídeos com suas músicas e publicá-los no site YouTube. Mais de dois milhões de internautas já assistiram aos seus clipes.

As músicas de Jemma frequentemente remetem à sua doença, em versos como: Stick with myself/'Cause I have no one left ('Fique comigo/Porque eu não tenho ninguém') ou You took with you my soul/The pain sets in ('Você levou a minha alma com você/A dor se instala').

Ainda sem vender discos, Jemma diz que compõe suas próprias canções, além de fazer parcerias com DJs.
'Assim que começo a cantar, eu me sinto uma pessoa completamente diferente', afirma a cantora. 'Na vida normal, eu não tenho confiança e tenho ataques de pânico, mas, assim que eu começo a cantar, me sinto mais confiante.'
Apesar de conseguir uma grande audiência online, Jemma diz que os sintomas da sua doença não acabaram. Sua maior vontade é voltar a se apresentar em público.

'O sucesso é muito bom, mas a minha situação com a agorafobia ainda é a mesma, não mudou muito o fato de eu ter (a doença)', diz a cantora. 'Eu gostaria muito de tentar sair mais, porque eu quero voltar a me apresentar no palco.' [Da BBC]


Agorafobia é um distúrbio caracterizado pelo medo de multidões e espaços públicos abertos, particularmente se a saída ou auxílio não estiverem imediatamente disponíveis. A condição pode ocorrer sozinha ou pode acompanhar outros tipos de distúrbios de pânico.

Esta fobia faz com que as pessoas limitem suas atividades a uma área cada vez menor, levando, finalmente, à incapacidade de sair de casa sem sofrer um ataque de pânico. Outras características deste distúrbio podem ser: a dependência excessiva de outras pessoas, a percepção de que o corpo não é real (chamada de despersonalização) ou de que o ambiente não é real (desrealização) e depressão.

O início deste distúrbio pode estar associado a um ataque de pânico em um local público, depois do qual a pessoa evita situações semelhantes. O início geralmente ocorre por volta dos 20 anos, e as mulheres são afetadas com mais freqüência do que os homens. As pessoas com este distúrbio podem se confinar em casa por anos, com a conseqüente deterioração das relações sociais e pessoais.

Sintomas:

medo de estar sozinho
medo de perder o controle em local público
medo de estar em lugares onde a saída possa ser difícil
confinamento doméstico por períodos prolongados
sentimento de separação ou alienação dos outros
sentimento de abandono
dependência de outros
sentimento de que o corpo é irreal
sentimento de que o meio ambiente é irreal
ansiedade ou ataque de pânico (ansiedade severa e aguda)
temperamento incomum ou agitação com tremor ou contração espasmódica muscular

Sintomas adicionais que podem ocorrer:

tontura, próxima ao desmaio
vertigem
sudorese excessiva
rubor cutâneo
dificuldade respiratória
dor no peito
sensações de batimentos cardíacos
náusea e vômitos
entorpecimento e formigamento
desconforto abdominal que ocorre quando o mal-estar está presente
asfixia quando a pessoa está exaltada
confusão ou pensamentos desordenados
medo intenso de enlouquecer
medo intenso de morrer

Sinais e exames:
Pode haver antecedentes de fobias ou o médico pode receber uma descrição de comportamentos típicos da família, amigos ou da pessoa afetada. O pulso (freqüência cardíaca) é freqüentemente rápido, ocorre sudorese e a pessoa pode apresentar pressão sangüínea elevada.

Tratamento:
O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa com fobia a desempenhar suas atividades de forma eficaz. O sucesso do tratamento costuma depender da gravidade da fobia.

A dessensibilização sistemática é uma técnica comportamental utilizada para tratar as fobias. A pessoa relaxa e então imagina os componentes da fobia, do medo menor para o maior. A exposição gradual à vida real também tem sido utilizada com sucesso para ajudar as pessoas a superarem seus medos.

Os medicamentos ansiolíticos e antidepressivos são utilizados algumas vezes para ajudar a aliviar os sintomas associados às fobias. A dependência do medicamento é um efeito colateral possível deste tratamento.




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