A cantora Jemma Pixie Hixon, que sofre de agorafobia (Foto: BBC) |
Jemma Pixie Hixon, 20 anos, começou a apresentar sintomas de agorafobia aos 6 anos de idade. Com o agravamento da doença, dois anos atrás, Jemma ficou impossibilitada de sair de casa, sob o risco de sofrer ataques de ansiedade e de pânico.
'Quando você é bem jovem, não se dá conta do que está acontecendo, você não sabe o que é um ataque de pânico', disse a cantora em uma entrevista à BBC. 'Você tem palpitações no coração, a sua cabeça fica horrível. É a pior sensação', afirma.
Sem poder se apresentar em público, Jemma optou por editar vídeos com suas músicas e publicá-los no site YouTube. Mais de dois milhões de internautas já assistiram aos seus clipes.
As músicas de Jemma frequentemente remetem à sua doença, em versos como: Stick with myself/'Cause I have no one left ('Fique comigo/Porque eu não tenho ninguém') ou You took with you my soul/The pain sets in ('Você levou a minha alma com você/A dor se instala').
Ainda sem vender discos, Jemma diz que compõe suas próprias canções, além de fazer parcerias com DJs.
'Assim que começo a cantar, eu me sinto uma pessoa completamente diferente', afirma a cantora. 'Na vida normal, eu não tenho confiança e tenho ataques de pânico, mas, assim que eu começo a cantar, me sinto mais confiante.'
Apesar de conseguir uma grande audiência online, Jemma diz que os sintomas da sua doença não acabaram. Sua maior vontade é voltar a se apresentar em público.
'O sucesso é muito bom, mas a minha situação com a agorafobia ainda é a mesma, não mudou muito o fato de eu ter (a doença)', diz a cantora. 'Eu gostaria muito de tentar sair mais, porque eu quero voltar a me apresentar no palco.' [Da BBC]
Agorafobia é um distúrbio caracterizado pelo medo de multidões e espaços públicos abertos, particularmente se a saída ou auxílio não estiverem imediatamente disponíveis. A condição pode ocorrer sozinha ou pode acompanhar outros tipos de distúrbios de pânico. Esta fobia faz com que as pessoas limitem suas atividades a uma área cada vez menor, levando, finalmente, à incapacidade de sair de casa sem sofrer um ataque de pânico. Outras características deste distúrbio podem ser: a dependência excessiva de outras pessoas, a percepção de que o corpo não é real (chamada de despersonalização) ou de que o ambiente não é real (desrealização) e depressão. O início deste distúrbio pode estar associado a um ataque de pânico em um local público, depois do qual a pessoa evita situações semelhantes. O início geralmente ocorre por volta dos 20 anos, e as mulheres são afetadas com mais freqüência do que os homens. As pessoas com este distúrbio podem se confinar em casa por anos, com a conseqüente deterioração das relações sociais e pessoais. Sintomas: medo de estar sozinho medo de perder o controle em local público medo de estar em lugares onde a saída possa ser difícil confinamento doméstico por períodos prolongados sentimento de separação ou alienação dos outros sentimento de abandono dependência de outros sentimento de que o corpo é irreal sentimento de que o meio ambiente é irreal ansiedade ou ataque de pânico (ansiedade severa e aguda) temperamento incomum ou agitação com tremor ou contração espasmódica muscular Sintomas adicionais que podem ocorrer: tontura, próxima ao desmaio vertigem sudorese excessiva rubor cutâneo dificuldade respiratória dor no peito sensações de batimentos cardíacos náusea e vômitos entorpecimento e formigamento desconforto abdominal que ocorre quando o mal-estar está presente asfixia quando a pessoa está exaltada confusão ou pensamentos desordenados medo intenso de enlouquecer medo intenso de morrer Sinais e exames: Pode haver antecedentes de fobias ou o médico pode receber uma descrição de comportamentos típicos da família, amigos ou da pessoa afetada. O pulso (freqüência cardíaca) é freqüentemente rápido, ocorre sudorese e a pessoa pode apresentar pressão sangüínea elevada. Tratamento: O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa com fobia a desempenhar suas atividades de forma eficaz. O sucesso do tratamento costuma depender da gravidade da fobia. A dessensibilização sistemática é uma técnica comportamental utilizada para tratar as fobias. A pessoa relaxa e então imagina os componentes da fobia, do medo menor para o maior. A exposição gradual à vida real também tem sido utilizada com sucesso para ajudar as pessoas a superarem seus medos. Os medicamentos ansiolíticos e antidepressivos são utilizados algumas vezes para ajudar a aliviar os sintomas associados às fobias. A dependência do medicamento é um efeito colateral possível deste tratamento. |
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