domingo, 28 de novembro de 2010

Traficantes entrincheirados no complexo de favelas do Alemão no Rio: rendição ou esmagamento

O comandante da Polícia Militar dá um ultimato para os traficantes de drogas: "Uma vez que nós formos, as coisas vão ser extremamente difíceis", adverte.
A onda de violência reivindicações mais de 40 mortes em uma semana

Fotojornalistas acompanham a operação policial no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro - 26/11/2010 - Fernando Bizerra Jr./EFE

Rendição ou serão esmagados. Não existem outras alternativas para centenas de traficantes de drogas que permanecem entrincheirados no Complexo do Alemão, o conjunto de favelas do norte do Rio de Janeiro que se tornou o foco principal da guerra urbana. Polícia Militar no sábado, deu um ultimato aos criminosos para entregarem as suas armas antes da invasão começar. "Uma vez que nós entrarmos, as coisas tornam-se extremamente complicadas", disse o coronel Mário Sérgio Duarte.

A manhã começou com tiros no bairro da Gruta , um dos 15 que compõem o Alemão ", sitiado desde sexta-feira por policiais e soldados apoiados por veículos blindados. "Abaixe a cabeça!", gritou um fotógrafo para o outro colega que estava atravessando um dos acessos ao bairro. A cautela foi necessária apenas horas depois que um repórter da Reuters foi ferido no ombro esquerdo.

Em meio ao clima tenso, os 'narcotraficantes' escondidos nos morros, a chamada ONG AfroReggae, respeitada na comunidade foi solicitada para negociar uma solução para o conflito. O coordenador do movimento social, José Junior, foi convidado e chegou ao meio-dia em uma das pistas da favela, acompanhado de outros cinco homens. Momentos depois, foi ao caminho oposto e se dirigiu a uma outra rua, sem dar detalhes à imprensa. "Nós conversamos por meia hora", disse ele.

O diálogo parecia começar a ter efeito no início da tarde. Através do Twitter, líder do AfroReggae anunciou que os criminosos tinham começado a "entregue espontaneamente. " Entre eles está um suspeito conhecido como Mr. M. 'Guarda' de um dos líderes da droga no Complexo do Alemão.

PM troca tiros com traficantes na entrada do Complexo do Alemão, Rio de Janeiro - 26/11/2010 - Antonio Scorza/AFP


"Pacificação"

A aparente calma, no entanto, ainda não descarta uma incursão violenta do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da Polícia Militar feita em filmes, em duas parcelas pelo diretor brasileiro José Padilha. "Nós não vamos inverter a decisão de pacificar o Rio", alertou o coronel Lima Castro.

Desde domingo à noite, quando a violência começou na segunda cidade do país, 45 pessoas morreram , incluindo vários civis, e mais de 100 veículos foram queimados.

O governo atribuiu o caos para o desconforto dos 'narcos' pela implementação, com início no final de 2008, das chamadas de Unidade de Paz  da Polícia (UPP), em muitas favelas, no sul e oeste. O advento de tais agentes nas comunidades humildes tem forçado ao exílio gangues armadas que reconstroem as suas forças no norte, onde se desencadearam os confrontos desta semana.

Fonte: elmundo.es

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