domingo, 7 de novembro de 2010

Empresas hoje querem muitos "índios" para poucos "caciques"

Certamente você já ouviu a expressão "muito cacique para pouco índio", que quer dizer que numa determinada empresa há chefes demais e funcionários de menos. Esse modelo de organização empresarial está passando por profundas transformações. De acordo com especialistas, a tendência é que as corporações sejam mais enxutas, com muito mais "índios", pois eles passaram a ocupar cargos mais estratégicos.

A chamada administração descentralizada, que é conhecida como gestão horizontal, elimina cargos de comando e reorganiza os funcionários em equipes autogeridas, responsáveis por suas ações e seus orçamentos. Com isso, os funcionários podem ganhar mais, salários próximos aos dos chefes, mas terão muito mais tarefas.

A ideia é diminuir gastos com pessoal e ganhar tempo nas ações. No entanto, é preciso ter metas bem definidas para o negócio não sair dos trilhos.

Na UVV, por exemplo, o crescimento acelerado da instituição fez com que o modelo de gestão fosse alterado. A diretora da faculdade, Adriana Dantas da Silva Siviero, explica que desta forma a diretoria passou a ter acesso mais facilitado aos professores.

"O resultado da desburocratização é repassado para o público, pois há rapidez na tomada de decisões. No entanto, é importante manter a diretriz e estabelecer regras que são espalhadas pelo campus", avaliou.

A psicólogoa da Psicoespaço, Riviane Damásio, ressalta que esse novo modelo de gestão demonstra a atualização das empresas. "As grandes e médias empresas perceberam essa tendência e querem mais líderes e não chefes. Hoje, todos dentro da corporação precisam ter comprometimento e competência", explicou.

Ela explica ainda que o líder deve estar junto com a equipe, que deve saber desenvolver a proatividade e buscar resultados.

"A mudança do chefe também é alterada. Todos tem que fazer acontecer. O perfil exigido passou a ser o mesmo para todos os colaboradores, independentemente da função que ocupa", ressaltou.




Funcionário pode crescer sem virar chefe
O diretor de operações da Human Brasil, Fernando Montero da Costa, afirmou que nos últimos anos as estruturas mais horizontais representaram acúmulo de função por conta da diminuição do número de colaboradores. Com isso, os funcionários que ficavam trabalhavam por dois e também os chefes. "Para mudar isso e aumentar a produtividade, as empresas criaram mais  posições intermediárias", disse. Nesse sentido, o plano de carreira ganha a função de promover o funcionário, mas sem que, para isso, ele vire chefe.  Para resolver problema de tempo, as firmas passaram a adotar outros modelos de gestão. "As companhias buscam cada vez mais desenvolver líderes mais eficazes que sejam capazes de motivar e reter talentos. O que está havendo, na verdade, é uma retomada suave da antiga estrutura", avaliou.

Faculdade deu autonomia para os professores
A UVV cresceu muito em um curto espaço de tempo. Por conta disso, houve a necessidade de mudar a organização da instituição. "Em 1999, começamos a fazer esta alteração. Cada coordenador passou a ver o curso como empresa. Não foi difícil esta decisão, uma vez que foram estabelecidas metas que facilitaram a gestão, além de haver um enxugamento  do quadro", explicou a diretora da instituição, Adriana Dantas da Silva Siviero. Segundo ela, com a administração descentralizada, a diretoria da faculdade pode ter acesso mais facilitado aos professores e eles também à administração. "Quando diminui a burocracia, a diretoria tem contato com todos os funcionários, independente da função. Isso não significa que os colaboradores vão fazer o que querem. Eles têm metas", explicou.

O papel do líder
Análise
Martha Zouain Psicóloga e diretora da Psico Store

A busca por um desempenho cada vez melhor, com prazos cada vez menores, vem exigindo que as empresas reflitam sobre seus modelos de gestão. Mais do que nunca está claro que para ter alta performance é necessário que as pessoas dêem o melhor de si. A maior constatação dentro desta concepção vem do fato de que a hierarquia presente nas organizações pode facilitar ou dificultar os resultados. A importância da liderança nunca foi questionada, mas, sim o modelo que a liderança exerce. Jamais questionaremos a importância do "cacique", mas, precisamos, enquanto líderes, entender o quão importante é o "índio". A partir daí, dada a grande complexidade e dimensão que um processo de mudança costuma ter, o mais importante é concentrar-se no foco, nos resultados, nas soluções, e atuar de maneira integrada com todos os membros que compõem a organização.

Pesquisa - Funcionários valorizam treinamento
O treinamento é a ação mais valorizada pelos funcionários em uma organização, segundo revela pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA). De acordo com o levantamento, a prática, juntamente com a assistência médica e a ginástica laboral, está entre as iniciativas promovidas pelas empresas que mais impactam positivamente na qualidade de vida no trabalho.




A GAZETA - Diná Sanchotene

Nenhum comentário:

Postar um comentário