A declaração de Gomez reabre a enorme polêmica em torno da aceitação da homossexualidade num esporte com perfil historicamente masculino.
Ela contraria o pensamento que predomina no mundo do futebol, incluindo seus companheiros de equipe, a diretoria do Bayern e a própria federação alemã de futebol.
Para muitos, a admissão pública da homossexualidade é suficiente para acabar com a carreira de um jogador. Recentemente, outros jogadores da Bundesliga aconselharam atletas gays a não revelar sua preferência sexual sob risco de serem ridicularizados pelas torcidas adversárias em estádios lotados.
Mario Gomez não concorda e acredita que saindo do armário o jogador passaria a atuar melhor, pois tiraria de si o peso da omissão e da mentira. "´Já é tempo de acabar com esse tabu", disse o centro-avante.
O artilheiro só não deixou claro se advogava em causa própria. Com a declaração, Gomez levantou curiosidade sobre a sua própria sexualidade. A pergunta que não quer calar é se Gomez está preparando o terreno para uma declaração corajosa e bombástica.
Em artigo publicado na edição desta sexta-feira sobre as declarações de Mario Gomez, o jornal britânico The Guardian lembra que a situação do futebol alemão reflete o que acontece na maioria dos países. "Não há nenhum jogador assumidamente gay, apesar das pesquisas estimarem que cerca de 10% são homossexuais", diz a matéria do Guardian.
Marcus Urban |
O Guardian acrescenta que apesar da federação alemã combater a homofobia no futebol, seus dirigentes alertam para os problemas a serem enfrentados por quem assumir a homossexualidade. O próprio presidente da federação admite que o primeiro a sair do armário terá uma tarefa difícil pela frente.
Justin Fashanu |
Fashanu acabou cometendo suicídio oito anos mais tarde, depois de ter sido acusado de abuso sexual por um rapaz de 17 anos.
BBC Brasil
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