terça-feira, 5 de outubro de 2010

Homofobia nas escolas: pesquisa revela despreparo

RIO - A pesquisa "Homofobia nas escolas", da Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, revelou que, além de a discriminação sexual ser uma realidade nas escolas, os professores não se sentem preparados para lidar com o assunto. Segundo a pesquisa, apresentada nesta segunda-feira num seminário, o tema costuma ficar a cargo do professor de ciências ou biologia e só é abordado quando surge alguma situação específica em sala de aula. Outra dificuldade mencionada foi a insuficiência de material didático sobre sexualidade. Professores interessados no tema relataram que muitas vezes fazem suas próprias buscas e aquisições de forma particular.

Homofobia não escapa a nossa geração


Ouvimos repetidas vezes que nós somos a geração tolerante: a geração em que a discriminação homofóbica vai se tornar uma coisa do passado.

Esmagadora maioria das pessoas com menos de 35 apoiam casamento entre iguais, o serviço militar, a adoção de igualdade e não discriminação no local de trabalho para hetero e homossexuais também. Ao mesmo tempo, ouvimos repetidamente que somos a geração do Facebook: a geração em que a privacidade se tornarão coisa do passado.

Tragicamente, a segunda categoria superou a primeira na semana passada na Universidade de Rutgers, onde o calouro Tyler Clementi aparentemente foi levado ao suicídio por seu companheiro de quarto Dharun Ravi, e a amiga de Ravi, Molly Wei.

Clementi foi, segundo todos os relatos, um brilhante violinista jovem, um amável e carinhoso ser humano, um estudante excepcional, "e gay". Foi a "última" que levou Ravi mostrar um vídeo ao vivo de Clementi tendo relações sexuais com outro homem, anunciando o "evento" no Twitter que as pessoas pudessem assistir.

No dia seguinte, a nota do suicídio de Clementi  foi postado em seu perfil no Facebook: "Saltando para fora da ponte gw desculpe." O corpo foi identificado e foi arrastado para fora do rio Hudson, ao largo da costa de Manhattan.

É o sexto suicídio de um adolescente gay em duas semanas, devido ao bullying anti-gay e assédio. As vítimas: Billy Lucas, Asher Brown, Cody Barker, Seth Walsh, Raymond Chase e agora, Tyler Clementi. A faixa etária: 13 a 19. A conclusão: claro.

Nosso país mata gays. A partir de estados vermelhos como o Texas para estados azuis, como Nova Jersey, todos nós somos cúmplices nisso quando tolerarmos ambientes em que possam levar a pessoa ao suicídio.

Sabemos que em nossa sociedade, os adolescentes LGBT são quatro vezes mais propensos a cometer suicídio, como seus colegas heterossexuais. A resposta do meio do estabelecimento político americano a esta dor, sofrimento e morte é que todo o foco em medidas anti-bullying é parte de uma "agenda homossexual".

Quanto tempo você está disposto a sentar e assistir o seu país matar pessoas inocentes? Não é no estrangeiro em terras estrangeiras, mas aqui em casa, talvez no seu bairro ou na sua escola? Quanto tempo estamos dispostos a esperar, e quantos mais corpos deve acumular antes que nós agüentamos o suficiente?

Uma versão desta coluna apareceu na segunda-feira, 04 de outubro edição impressa. Ben Miller é um colunista.
Fonte: nyunews.com.

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