Promotor: Suzane Von Richthofen diz que pai dos Cravinhos planejou assassinato

O promotor Eliseu Berardo, suspeito de assediar Suzane Richthofen, condenada e presa pela morte dos pais, disse que a jovem apontou outro mandante para o crime. Segundo ele, a morte de Marísia e Manfred Von Richthofen, em 2002, teria sido tramada por Astrogildo Cravinhos, pai de Christian e Daniel Cravinhos, que também estão presos pelo crime. Christian era namorado de Suzanne na época do crime. O caso pode ser reaberto.

- De acordo com ela (Suzane), o dia, o local, o horário, a maneira da execução foi tudo planejado pelo senhor Astrogildo Cravinhos. Que teria, nas palavras dela, inclusive confeccionado os instrumentos usados na execução do crime. Então, segundo a Suzane disse pra mim, em meu gabinete, o senhor Astrogildo Cravinhos teve efetiva participação no crime - declarou ele.

A advogada da família Cravinhos, Gislaine Jabur, respondeu à acusação.

- Essa afirmação é desprovida de qualquer documento que comprove que Suzane tenha falado o que ele esta afirmando. Não existe nada que comprove que Suzane teria falado que o senhor Astrogildo teria sido o mentor desse crime, pelo qual eles foram acusados e estão respondendo à sociedade, cada um cumprindo sua pena - disse Gislaine Jabur.

O promotor Eliseu Berardo, de Ribeirão Preto, está suspenso desde o dia 14 de setembro, por 22 dias acusado de tentar seduzir Suzanne. A decisão foi tomada pela Corregedoria-Geral do Ministério Público Estadual após denúncia da jovem. Suzane afirmou que o promotor teria se oferecido para ajudá-la e teria colocado uma música romântica quando ela foi ao gabinete dele, em 2007, depor sobre supostos maus-tratos na Penitenciária de Ribeirão, onde estava presa. Berardo nega a acusação

Desde 2007 Suzane está presa na Penitenciária Feminina de Tremembé, a 140 km de São Paulo, mesmo local se encontra presa Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina Isabella Nardoni. A jovem foi condenada em 2006 a 39 anos de reclusão, em regime fechado.

Em julho, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1a Vara de Execuções Criminais de Taubaté negou a transferência de Suzane Von Richthofen para um Centro de Ressocialização. O pedido de transferência foi protocolado em maio pelo advogado da jovem, Denivaldo Barni, e o Ministério Público deu parecer favorável.

Barni sustentou que ela preenche o perfil para ser transferida para um Centro de Ressocialização, onde já esteve anteriormente. No pedido, o defensor diz ainda que a jovem está "sofrendo constrangimento ilegal porque vem sendo mantida em unidade prisional incompatível com sua aptidão."

Na decisão, a juíza salienta que é desfavorável à transferência pois "não há violência ou coação na liberdade de locomoção" da jovem e que o fato dela apresentar bom comportamento, como argumenta a defesa de Suzane, "não lhe confere direito à pretendida transferência, já que para tanto outros requisitos são necessários."
(O Globo)