sexta-feira, 30 de julho de 2010

Suécia: Nas 14 ilhas de Estocolmo o verão é verde, alegre e caloroso

- Pense num lugar para aproveitar o verão europeu passeando de barco, curtindo bares e restaurantes à beira-mar ou simplesmente tomando um bom sorvete durante caminhadas sob o sol. Espanha? Itália? Grécia? Tá frio! O quente (na medida certa, sem suor), neste caso, é Estocolmo. A capital sueca - onde a temperatura no inverno fica entre 2ºC e - 7ºC, com dias que podem começar às 8h30m e terminar às 15h - nesta época do ano deixa de lado o perfil nórdico e se revela quase tropical.


Nos bares de Estocolmo, suecas em cima da mesa

SoFo, na Ilha de Södermalm: endereço mais descolado de Estocolmo

Cena roqueira de Estocolmo começa num parque de diversão

A cultura saboreada nos restaurantes e cafés de Estocolmo

Conhecida como cidade que flutua ou Rainha do Lago Mälar, a capital se espalha sobre 14 das 24 mil ilhas que compõem o arquipélago de Estocolmo: um convite a se lançar pelo Mar Báltico em busca de belas paisagens, com céu azul de fundo. Em terra firme, também não faltam opções de passeios ao ar livre. Desde as ruas de Gamla Stan, a cidade velha, com os prédios mais antigos da capital fundada oficialmente em 1252, à moderna área conhecida como SoFo District (South of Folkungagatan), onde fica a Rua Götgatan, com suas lojas de design. Sem falar nos 38 parques, ideais para piqueniques. Um roteiro que não tem nada de morno, apesar das temperaturas amenas.


A chegada ao aeroporto de Estocolmo é calorosa: nossa conterrânea, a Rainha Silvia, recebe os visitantes acenando, sorridente, ao lado do marido, o Rei Carlos XVI Gustavo, num enorme cartaz de boas-vindas afixado no desembarque. Além de acolhedora, agora em 2010 a cidade é também a capital verde da Europa, por iniciativas como a diminuição da emissão de carbono em 25%. Mas o que chama a atenção do turista brasileiro, acostumado a imaginar uma Suécia gelada, é ver uma cidade alegre e colorida no verão, com dias ensolarados, temperaturas acima dos 20C e gente andando sem camisa pelas ruas e tomando sorvete. E os banheiros públicos disponíveis - e limpos.

Um bom começo para o turista em férias de verão em Estocolmo - e um bom programa para quem já a conhece dos livros da trilogia policial "Millenium", do escritor sueco Stieg Larsson, sucesso mundial que deu origem ao filme "Os homens que não amavam as mulheres" - é buscar um ponto alto de onde se possa ver a cidade de cima, para entender melhor sua geografia insular. De Fjällgatan, em Södermalm (a maior das 14 ilhas, onde fica a Rua Götgatan), por exemplo, pode-se ver, de camarote, boa parte do que Estocolmo oferece.


Qualquer roteiro precisa incluir Gamla Stan, coração da capital, que reúne construções medievais, bons bares, cafés e restaurantes, além do Palácio Real (com direito à cerimônia de troca de guarda, ao meio-dia) e da Catedral, onde foi celebrado o casamento de Silvia e Carlos, em 1976. No templo construído na segunda metade do século XIII - e que passou por várias modificações arquitetônicas desde sua consagração, em 1306, até se tornar em 1942 a grande catedral de cinco naves que se vê hoje - o destaque é a escultura de São Jorge e o Dragão, feita em carvalho e couro de alce por Berndt Notke de Lübeck, em 1489. Mas também encantam os balcões suspensos destinados aos membros da família real.


Em Gamla Stan, fica a Kungsholmen (prefeitura): anualmente, em dezembro, no Salão Azul (que, na realidade, é vermelho) daquele prédio, é realizado o jantar de gala do Prêmio Nobel. A construção, bem na beira do Lago Mälar, e enfeitada por três coroas folheadas a ouro que simbolizam a Suécia, é um deslumbre.

Ali perto, também estão o não menos imponente Palácio Real e o edifício da Bolsa de Valores, onde se encontra a Academia Sueca, que escolhe os agraciados com o Nobel da literatura. Gamla Stan é, ainda, endereço de Stortorget, a praça mais antiga cidade, onde funcionava um mercado durante a Idade Média. Também em Gamla Stan fica a Marten Trotzigs Gränd, uma ruazinha medieval com apenas 90 centímetros de largura, e que virou atração turística. De tão discreta, pode passar despercebida, em meio às vitrines dos mais variados tipos de lojinhas da região.



Bom lugar para uma caminhada (ou um passeio de bicicleta, indicado para os dias claros) é o calçadão da orla de Strandvägen, passando por Nybroviken, rumo a Djurgarden (a Ilha dos Museus). No meio do caminho, está o cais de Nybrokajen, de onde sai a maioria dos barcos para roteiros pelo arquipélago. A área de Skeppsbron, na orla de Gamla Stan, também é muito bonita.

Se a pedida for ir às compras, vale rumar para o SoFo District e Östermalm. A Ilha de Östermalm é uma área descolada, com lojas mais exclusivas, como as de peças de design, e hotéis chiques. Foi o local encontrado pelas autoridades do século XIX para abrir grandes avenidas e bulevares à francesa. Já no SoFo, o bairro moderninho que fica ao sul de Folkungagatan e ao leste de Götgatan, na Ilha de Södermalm, estão as compras bacanas mais accessíveis. Um dos destaques é a Design Torget, com peças simples, como capas para tábua de passar e pegadores de gelo, de formatos inusitados e cheios de estilo.

No caminho entre Gamla Stan e a estação de metrô T-Centralen - onde se encontra a Ahléns City, a maior loja de departamentos da Suécia - há centenas de lojinhas mais turísticas, onde estão à venda os famosos cristais Kosta Boda (a Suécia é líder no design de vidro). Sem contar filiais da mundialmente conhecida grife popular H&M, de origem sueca. Mas a marca mais famosa do país é, sem sombra de dúvida, a Ikea. A loja original deste ícone da cultura sueca em termos de decoração moderna (como a Tok&Stok) foi aberta num ano emblemático para nós: 1958, quando o Brasil ganhou sua primeira copa, derrotando a Suécia por 5 x 2.



Menos de dez anos depois, já havia filiais na Noruega e na Dinamarca. Hoje, a Ikea tem 305 lojas em 38 países. Visitá-la em seu berço é programa imperdível: no número 13 da Regeringsgatan, pode-se pegar um ônibus gratuito até lá, das 11h às 17h. São 25 minutos até o paraíso de consumo.

Do leite ao design, seis séculos de Suécia

Mesmo sem sair da capital de 800 mil habitantes, é possível viajar por toda a Suécia. E esta viagem é no espaço e no tempo. Basta visitar Skansen, museu ao ar livre criado em 1891, que é como uma miniatura do país. A área, de 300 mil metros quadrados, reúne 150 edificações, transladadas de todas as regiões do país, para contar a história sueca.





Está tudo lá: fazendas, moinhos, igrejas, lojas, fábrica de vidros e até uma antiga agência de correio, de onde se pode postar correspondência para qualquer parte do mundo. Tudo original. E cercado por jardins cultivados como na época e no lugar de onde vieram as casas e os prediozinhos.

O passeio por Skansen vai de Norte a Sul do país, que hoje tem 9,2 milhões de habitantes, e começa no século XV. Deste período, e dos imediatamente subsequentes, há fazendas com atores vestidos como os antigos moradores para conversar com os visitantes e contar detalhes de sua "vida". Num dos velhos endereços, é possível ver como eram preparados alimentos como os queijos, produzidos no verão e armazenados para consumo nos longos e gelados dias de inverno.

Caminhando em direção ao futuro, ou seja, à região que ilustra os tempos mais recentes da história sueca, há casas feitas para ambientes urbanos, onde se é convidado a entrar para conhecer detalhes como a decoração dos aposentos e as utilidades domésticas então usadas. Todos também são bem recebidos em lojinhas de artesanato, na padaria (o biscoito de canela, feito na hora, é uma delícia), nas oficinas. Na fábrica de vidro, além de ver como são feitos os objetos, também se pode comprá-los.





Skansen também tem lugar para abrigar animais domésticos e selvagens, muitos deles típicos da Escandinávia. Os primeiros estão numa fazendinha. Os outros - ursos, lobos, carcajus, renas, bisões, alces e corujas - podem ser encontrados em grandes áreas cercadas que formam um zoológico.

E tem mais, muito mais para se ver: um aquário, um observatório, uma escola... Também é possível fazer um passeio de funicular. E, quando der fome ou vontade de descansar apreciando a vista - Skansen fica no alto, de onde se pode ver ângulos privilegiados da capital - há vários restaurantes e uma área reservada a piqueniques. A viagem por toda a Suécia ainda pode acabar em música, já que o museu ao ar livre também oferece, com regularidade no verão, concertos ao ar livre.

Lojinhas e parques na idílica Vaxholm

Algumas das 24 mil ilhas que compõem o arquipélago de Estocolmo são unidas por 57 pontes. Mas não dá para sair da Suécia sem visitar ao menos uma delas por via marítima. Entre as muitas possibilidades está Vaxholm, a capital do arquipélago de Estocolmo, a cerca de 50 minutos de barco (também dá para ir de carro ou ônibus, e a viagem dura de 35 a 45 minutos). A municipalidade de Vaxholm abrange 64 ilhas, 16 das quais povoadas. São dez mil habitantes, aproximadamente, população que dobra no verão.





A ilha é o centro do tráfego marítimo do arquipélago e dos barcos brancos que fazem o transporte de moradores e turistas. Outra maneira de ir até lá é pegando um táxi marítimo: pequenos e velozes barcos vermelhos que fazem esse e outros trajetos por ali, para quem quer curtir um dia (ou mais) off-Estocolmo.

Vaxholm é uma graça: tem uma atmosfera idílica, com charmosas lojinhas, cafés, restaurantes, galerias de arte, igrejas e casinhas típicas, sem contar uma ilhota anexa onde há uma fortaleza do século XVI, o Forte Vaxholm (originalmente construído em 1548, mas que ganhou a arquitetura que tem hoje entre 1833 e 1863). Erguido por ordem do Rei Gustav Vasa, que queria proteger Estocolmo de invasões de inimigos, o lugar foi atacado duas vezes, uma pelos dinamarqueses, outra pelos russos. Hoje, o forte abriga um museu, recentemente renovado, que conta a história da defesa do arquipélago. Mas atenção: se você pretende conhecê-lo, cuidado para não perder a hora do último ferry que faz o pequeno percurso pelo Mar Báltico, a cada 15 minutos, passando por Vaxholm.





Além de ser um bom lugar para bater perna, Vaxholm também tem locais para se sentar e ver a vida passar. Seja à beira-mar, nos banquinhos espalhados pela área do píer, seja nos parques com espaços reservados para piqueniques. A maioria das pessoas traz seu farnelzinho de casa, mas não faltam mercados com produtos frescos para o lanche ao ar livre.

COMO CHEGAR

De avião: A British Airways voa para Estocolmo, com conexão no aeroporto de Heathrow, em Londres. Pela Air France, o voo faz conexão no Charles de Gaulle, em Paris.

ONDE FICAR

Hotel Rival: Combinação de hotel, café e cinema, ganhou novo fôlego em 2002, a partir de uma parceria com Benny Andersson, ex-integrante do Abba - o que garante que haja CDs do grupo nos quartos para você experimentar os aparelhos de som instalados neles. Tarifas a partir de 780 coroas suecas. Mariatorge 3, Södermalm. Tel. 46 (08) 5457-8900. www.rival.se

Scandic Sergel Plaza: No centro da cidade. Tarifas a partir de 1.520 coroas suecas. Brunkebergstorg 9. Tel. 46 (08) 5172-6300. http://www.scandichotels.com/

PASSEIOS

Estocolmo

Palácio Real: Ingressos a 100 coroas suecas ou 140 coroas suecas, no caso de uma visita que inclua os apartamentos reais, a sala do tesouro e o Museu Tre Kronor, sobre o palácio original, destruído no século XVII. Aberto das 10h às 17h em agosto e das 10h às 16h em setembro.

Skansen: Museu ao ar livre e zoológico abertos de 10h às 22h. Entrada: 130 coroas suecas. Djurgärden. http://www.skansen.se/

Vaxholm

Forte Vaxholm: Entrada: 50 coroas suecas (grátis para menores de 19 anos). Aberto de 11h às 17h até a segunda semana de setembro. Tel. 46 (08) 5417-1890. Kastellet 185. Tel. 46 (08) 5417-1890. http://www.vaxholmsfastning.se/

MOEDA

Câmbio: A cotação da coroa sueca está em 0,10, e R$ 0,24.

OUTRAS INFORMAÇÕES

Na internet: www.visit-stockholm.com

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